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058 Alegria Cristã

Alegria Cristã
     Por Padre Rufus Pereira
Como nós vemos nas escrituras dos quatro evangelhos, os quatro escritores obedecem a aquilo que é escolhido por Deus. Porque não é exatamente o mesmo evangelho, mas é o evangelho visto de 4 pontos de vista diferentes. Portanto nós temos: norte, sul, leste e oeste.
Um escritor era discípulo de São Pedro, portanto nós temos a experiência de São Pedro vindo para o evangelho de São Marcos.
Um outro evangelho foi escrito pelo discípulo de São Paulo e vemos então a experiência de São Paulo através do evangelho de São Lucas.
Mas os outros dois evangelhos foram escritos pelos próprios evangelistas.
Um deles foi escrito por São João, o discípulo que Jesus muito amava, que descansou a sua cabeça no peito de Jesus na última ceia, e que era o mais chegado a Jesus.
E o outro evangelho foi escrito por São Mateus, o oposto de São João.
Ele era um pecador, era aquilo que os fariseus chamavam de “aqueles que trabalhavam para os romanos eram pecadores”. Porque eles lidavam com dinheiro. Eles coletavam impostos para o governo do império romano. E ainda assim, como um dos evangelhos foi escrito por um homem desse quilate? Será que ele escreveu um evangelho errado, 28 capítulos?
E o capítulo 9, que nós ouvimos na leitura de hoje, conta exatamente a conversão de São Mateus. É claro que de uma maneira bem breve.
8 Vendo isto, a multidão encheu-se de medo e glorificou a Deus por ter dado tal poder aos homens.9.Partindo dali, Jesus viu um homem chamado Mateus, que estava sentado no posto do pagamento das taxas. Disse-lhe: Segue-me. O homem levantou-se e o seguiu.10.Como Jesus estivesse à mesa na casa desse homem, numerosos publicanos e pecadores vieram e sentaram-se com ele e seus discípulos.11.Vendo isto, os fariseus disseram aos discípulos: "Por que come vosso mestre com os publicanos e com os pecadores?"12.Jesus, ouvindo isto, respondeu-lhes: "Não são os que estão bem que precisam de médico, mas sim os doentes.13.Ide e aprendei o que significam estas palavras: Eu quero a misericórdia e não o sacrifício (Os 6,6). Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores." (Mt 9:8-13).

A Conversão de Mateus.
Um dia quando Mateus estava sentado no balcão para coleta de impostos e Jesus passou por aquele caminho, e só disse a ele uma palavra, em hebreu é uma palavra. Ele disse: “segue-me”. Por isso que o nome inicial para cristãos era “seguidores”.
E nós vemos que Mateus deixou o seu balcão e todos seus afazeres e seguiu Jesus. Você pode até pensar que essa é a história mais curta de conversão jamais escrita no mundo.
Mas era apenas um resumo daquilo que foi uma experiência muito longa.
Mateus já tinha ouvido bastante o que Jesus estava pregando no seu tempo. Ele estava observando Jesus, como ele era cheio de amor pelos pobres e pelos doentes e, no seu coração, ele já tinha se tornado um discípulo, mas não tinha coragem de dar o passo final, por duas razões: ele tinha medo do que os oficiais romanos fariam com ele e também tinha medo de que Jesus não o aceitasse como um discípulo.
Portanto, só bastava uma única palavra de Jesus para Mateus dizendo: “OK, Mateus, venha, podes ser meu discípulo”. Portanto, Mateus já tinha se tornado discípulo de Jesus na sua mente e no seu coração. Ele só precisava de uma palavra de aprovação e foi isso que Jesus fez.
Não foi que naquele momento Mateus se tornou um discípulo, ele já era um discípulo por um longo tempo. Ele apenas tomou, deu um passo em frente ao público, declarando a sua posição.
E assim, como acontece geralmente nos evangelhos, Jesus foi tomar uma refeição com Mateus, ou melhor, Mateus deu uma festa para celebrar a sua conversão.
Ele convidou todos os seus amigos, convidou Jesus e os seus discípulos, e aí nós podemos imaginar como os fariseus e os padres, os sacerdotes de então, se sentiram.
Eles não acreditavam que um homem como Mateus jamais pudesse mudar a sua vida. Eles não podiam acreditar que Mateus queria ir para o Céu. E, portanto, eles estavam falando para os discípulos de Jesus: “veja o que o seu líder está fazendo, ele nem sabe que Mateus é um grande pecador. E, se ele soubesse, imagine ele permitindo estar junto do inimigo de Deus, do inimigo dos judeus!”.
E aí Jesus deu a boa nova: Mateus só usou aquele incidente, que já tinha acabado, para trazer a boa nova para todos nós. E o que é que Jesus disse com esse incidente? “Aqueles que estão saudáveis não precisam de um médico, são os doentes que precisam de um médico”. Aqueles que se acham bons e santos não precisam de Deus para mudar as suas vidas. Mas aqueles que são pecadores e tem uma vida ruim precisam de Deus para mudar as suas vidas.
E aí Jesus, diferente do Antigo Testamento, que havia sido dito lá, os judeus apenas acreditavam no Antigo Testamento. E aí e Jesus disse: “leiam o que o Antigo Testamento diz, o que é que Deus, Ele próprio, diz no Antigo Testamento?” Lá diz que Deus diz: “eu não quero o seu sacrifício, eu não quero vossa adoração, o que eu quero é compaixão e misericórdia”.
E aí Jesus disse a coisa final, a última coisa: “é isso que aí eu vim fazer”. “É isso que meu pai me mandou aqui para fazer aqui. Eu não vim para os justos e os bons, eu vim para os doentes e pecadores”. “Vim para chamar os pecadores para o arrependimento”.

O Âmago do Evangelho.
Queridos irmãos e irmãs, este é o âmago do evangelho:
Jesus veio, acima de tudo, para nos dizer que qualquer que seja a nossa vida de pecado, Deus nos ama tanto que ele está ávido por nos perdoar. E que nós estejamos ávidos para pedir para ele que nos perdoe.
Havia um livro que era o meu livro favorito quando eu estava estudando no seminário. Era chamado “De Santos para os Pecadores”. [Saints for Sinners, por Alban Goodier (1869-1939)]
Foi escrito pelo ex-arcebispo de Bombaim, um inglês jesuíta. E esse livro era uma lista de grandes pecadores que se tornaram grandes santos.
Eu vou repetir: um livro a respeito de grandes pecadores que, você tem que compreender que eles tinham que mudar a vida, para se tornarem grandes santos.
Isso é uma coisa impensável! Mas, é isso que Jesus veio para fazer. E é isso que a Igreja está fazendo.
Pecadora: Maria Madalena.
À medida que eu li aquele livro, que começou falando sobre Maria Madalena, ela era a maior pecadora no tempo de Jesus, Madalena era um nome para uma mulher vadia, que ficava de cidade em cidade na Galiléia e vivia com os soldados romanos. Ou seja, ela era uma mulher de soldados militares.
E quando eles viram aquela mulher, uma pecadora, seguindo Jesus - ela era uma prostituta muito conhecida, porque era ela era chamado de “Maria de Madalena”. Era a mesma coisa que dizer “Maria, a prostituta muito conhecida” - vocês podem imaginar o evangelho nos falando a respeito dela?
E ainda, o evangelho nos fala a respeito de uma história de conversão, que quando cai em lágrimas e secou os pés de Jesus com seus cabelos longos e beijou os pés de Jesus.
E nós sabemos como os seguidores criticavam Jesus.
E o que disse Jesus? “Ela teve muitos pecados perdoados porque ela amou muito”.
Jesus não disse “porque ela perdoou ela amou muito” mas o que Jesus disse foi “porque ela me amou muito é que ela foi perdoada.”
Essa é a maneira pela qual Jesus nos diz que o que Jesus quer de nós não é nem tanto o arrependimento, mas muito mais o amor.
E aí Jesus nos dá uma frase: “Aqueles que amam muito a Deus recebem muito perdão”.
E nós sabemos que Jesus escolheu-a para ser a primeira pessoa a anunciar a boa nova da ressurreição. Que outro autor poderia ter coragem de contar uma história dessas?
Pecador: São Paulo.
A próxima história vem de um livro da carta de São Paulo. Ali nós lemos como Paulo introduz ele mesmo como sendo um grande pecador.
Ele disse: “eu sou o maior pecador que jamais viveu na face da terra. Porém, Jesus mudou a minha vida e aí me tornei o maior dos apóstolos”.
E nós temos todos esses vinte séculos, muitos santos durante todo esse período.
Pecador: São Francisco Xavier.
Para dar somente mais um último exemplo, a história de São Francisco Xavier.
Vocês conhecem a história da conversão dele? Ele era um inteligente aluno na universidade de Paris e o objetivo dele era se tornar um professor universitário famoso.
Santo Ignácio de Loyola, que fundou a ordem dos jesuítas olhou para ele, percebeu que deveria haver alguém na França que ele pudesse usar para o seu trabalho. Ele olhou para Francisco como um grande peixe que ele pudesse pescar para Jesus.
E assim, portanto, da mesma forma, Jesus, em Mateus, Jesus estava sempre rezando e orando com Maria.
Da mesma maneira o Santo Ignácio de Loyola estava sempre conversando, empregando e ensinando Francisco Xavier. E ele falava para Francisco tantas vezes, pegando da bíblia: “o que vale para um homem ganhar o mundo inteiro se perder a sua própria alma?”
E esses versículos mudaram a vida de são Francisco.
E quando ele foi para as missões ao redor do mundo, ele escolheu Francisco para ser um dos primeiros missionários, e Francisco veio pelo sul da África direto para a Índia.
E vocês sabem onde ele foi parar? Ele veio primeiro para onde eu moro, numa das melhores cidades da Índia, e eu sou um descendente daqueles que foram convertidos pelas missões da colonização portuguesa e de São Francisco de Xavier. (aplausos.)
Se não fosse por São Francisco Xavier, eu não estaria aqui na Canção Nova. (aplausos.)
E a igreja na qual eu fui batizado foi construída pelos missionários portugueses, inspirado em São Francisco Xavier há mais de 400 anos atrás. E todos esses frutos, na região de Bombaim até Goa, são frutos de São Francisco Xavier e de outros missionários de Portugal.
E, portanto, como hoje nós celebramos a festa de São Mateus, Deus está nos dizendo: “não há limites para o que Ele pode fazer. O que é impossível para o homem é possível para Deus”.
Deus pode usar uma pessoa como Maria Madalena, como Paulo, como Francisco Xavier, para mudar o mundo.

Um dos Maiores Livros da Bíblia.
Mas, com propósito de fazer isso, nós precisamos prestar atenção na primeira leitura, a carta de São Paulo aos Efésios, um dos maiores livros da bíblia.
Nosso Objetivo: Ser um Outro Jesus.
Um livro que nos diz o que a Igreja deve ser, o que é Igreja deve fazer, especialmente o capítulo 4. Diz para nós que o nosso objetivo é que sejamos um outro Jesus.
Você não pode mudar o mundo ao seu redor através apenas de planos, através de fazer coisas, através da organização até mesmo de grandes eventos. A única maneira de você mudar o mundo é através de “você se tornar um outro Jesus”. (aplausos.)
E, portanto, essa passagem começa nos dizendo o que significa sermos um outro Jesus:
Somos Uma Única Família.
Número um, nós precisamos sempre lembrar que nós somos uma única família porque nós temos um único pai, que é Deus. Porque nós temos Deus, que é o nosso pai, nós somos, portanto, uma grande família.
Quando vimos para a igreja, como nós estamos vendo hoje, nós deixamos a nossa pequena família em casa para vir para cá e formar uma grande família.
Portanto, a gente não pode pensar: “olha, essa pessoa do lado, eu não a conheço”. Não devemos olhar para a pessoa do lado e pensar: “quem é essa pessoa?”
O Concílio do Vaticano nos diz que nós temos um único Deus e, se Deus é nosso pai, e portanto nós somos uma única família e, portanto, nós somos irmãos e irmãs. (aplausos.)
Portanto agora olhe para a pessoa da sua direita e da sua esquerda e diga: “você é meu irmão, você é minha irmã”, e diga o seu nome e pergunte o nome dessa pessoa. (há uma movimentação na platéia e o padre se apresenta para o tradutor e o cumprimenta.)
Somos Um Único Corpo.
E em segundo lugar, o que diz São Paulo? Nós fomos batizados em uma única fé, nós somos batizados em Jesus Cristo. E, portanto, nós somos um único corpo.
Olhe para o seu próprio corpo. Há algum problema entre os seus olhos e os seus ouvidos? Todas as partes do seu corpo são você: a mão não vai se virar para o olho e dizer “quem é você?”. O seu olho não vai virar para você e falar “quem é você?”. Nada é tão único como o corpo humano.
E você sabe o que São Paulo disse? “Vocês são um único corpo, vocês não são 10 mil corpos, vocês são um só corpo”. (aplausos.) Digam uns para os outros “nós somos um único corpo de Cristo”. (a platéia corresponde.)
Somos Um Único Espírito: Santo.
Depois o que disse São Paulo? “Nós fomos batizados apenas por um único espírito, e esse espírito é o espírito de Jesus e esse espírito é um dom de Deus.”
E por que nós temos um único espírito?
Nós mostramos uns para os outros a mesma forma de falar, de andar, de comportar-se, então todo mundo se comporta da mesma forma. Quando você fala, todos vocês falam das palavras de Deus.
Quando vocês olham uns para os outros, vocês devem se olhar uns para os outros com o mesmo amor. É isso que a bíblia diz: “quando nós temos o Espírito Santo, os sinais de que nós temos o Espírito Santo é que nós teremos a mesma paz dentro de nós mesmos, o mesmo amor uns pelos outros e a mesma alegria exterior”.
Olhem uns para os outros e expressem essa alegria. (A platéia reage conforme as palavras do padre Rufus tendo ao fundo uma música suave.)
O Motorista do Padre Jonas.
Quando eu vim para a Canção Nova a semana passada, o motorista do padre Jonas, sempre que ele me encontrava, ele não falava como os americanos falam: “bom-dia” ou “boa noite”. Ele sempre falava “alegria”.
Falem uns para os outros, alegria, cumprimentem-se uns aos outros com essa saudação: “alegria”. (aplausos.)
Eu ainda me lembro do cardeal Summens, que ajudou a promover a Renovação Carismática, e falou num Conselho Vaticano a respeito da Renovação Carismática.
Aí eu o encontrei e ele sempre me perguntava: “quando você encontrou Jesus?” Como se ele quisesse me dizer: “quando foi que você encontrou Jesus de uma maneira tão pessoal?”
E ele sempre nos dizia a mesma coisa, vez após vez: “que tinha certeza de que os cristãos do mundo inteiro tinham a alegria nos seus rostos”, era isso que ele falava.
É essa a diferença entre religião cristã e o cristão com religião de alegria.
A alegria cristã é um sinal do Espírito Santo.
Nunca Dividir Uns dos Outros.
E, portanto, São Paulo dizia que nada deveria dividir  nós, uns dos outros.
Você pode ter diferentes funções: alguns são padres, outro são irmãs, outros são consagrados, outros são leigos. Mas são apenas diferenças em funções.
Você pode ter diferentes dons, alguns têm o dom de pregação, outros têm o dom da cura, outros podem ter pequenos dons.
Quando eu fui para um grupo de oração lá nos Estados Unidos, eu fiquei na casa de um homem muito rico. E lá nós tivemos, então, um grupo de oração naquela noite e ele disse:
- Eu tenho que ir mais cedo para esse grupo de oração.
E eu disse:
- Por quê?
- Porque eu estou na incumbência do “ministério de cadeiras”. O meu trabalho é colocar as cadeiras em ordem.
Ele era um milionário e tinha a incumbência no grupo de oração de organizar cadeiras. Ele era do “ministério de colocar cadeiras em ordem”. Não deixe nem mesmo os dons de vocês dividir vocês.
Conclusão.
E, finalmente, São Paulo disse uma coisa muito bonita: “o que Deus quer de você? Que você se torne então perfeito, que você cresça tanto em Jesus Cristo, que você se torne uma pessoa perfeita, chegando ao mesmo nível de Jesus Cristo”.
Portanto São Paulo disse isso: “tudo o mais não tem a menor importância a não ser uma coisa, que todo mundo possa reconhecer em você Jesus Cristo”.
De tal forma que cada um de nós possa dizer, como São Paulo, e como Maria Madalena poderia dizer, assim como Mateus e também São Paulo poderia dizer: “Eu vivo, eu estou vivo, eu estou vivendo e eu estou vivo. Mas não sou eu quem vive,  não sou eu que estou vivo, mas é Jesus que vive em mim. Amém. (aplausos.)

2007 (2a. temporada)
  1. Alegria Cristã - 21/09/2007 - 20h00 <== você está aqui.
  2. Jesus Acolhe as Criancinhas - 22/09/2007 - 09h00
  3. Jesus Cura as Crianças - 22/09/2007 - 11h15
  4. Jovens em Busca da Felicidade - 22/09/2007 - 14h00
  5. Jejum e Oração - 22/09/2007 - 16h30
  6. Cura e Libertação da Árvore Familiar - 23/09/2007 - 09h00
  7. Libertação de Casais e Alcoolismo - 23/09/2007 - 11h15
  8. Como se Tornar um Evangelizador - 23/09/2007 - 15h00

058 Alegria Cristã

Alegria cristã 


Como nós vemos nos quatro Evangelhos, os quatros escritores obedecem aquilo que é escolhido por Deus. É o Evangelho visto de quatros pontos de vista diferentes.

Um escritor era discípulo de São Pedro, portanto, temos a experiência de São Pedro no Evangelho de São Marcos. O outro foi escrito pelo discípulo de São Paulo, tivemos a experiência de São Paulo através de Lucas; mas os outros dois foram escritos pelos próprios evangelistas: São João, o discípulo que Jesus mais amava, e São Mateus, que era chamado assim porque cuidava do dinheiro.

O Evangelho de hoje conta a conversão de São Mateus de uma maneira bem breve. Um dia quando ele estava sentado no local onde trabalhava, na coletoria de impostos, Jesus disse para ele uma palavra:“Siga-me”. Por isso o nome inicial para os cristãos era seguidores. Mateus deixou seu balcão [de trabalho] e seguiu Jesus. Você pode até pensar que essa é a história de conversão mais curta que há, mas é apenas o resumo de uma experiência muito longa. Mateus já tinha ouvido, bastante, Jesus pregar no templo, e via como Ele cuidava dos pobres e doentes. No seu coração, ele já tinha se tornado discípulo, mas não tinha coragem de dar os passos por medo dos romanos e também por medo de Jesus não o aceitar. Bastava uma única palavra de Jesus para que ele fosse discípulo, pois em sua mente e coração ele já tinha se tornado um, só precisa de uma palavra de aprovação. E foi isso que Jesus fez.

O povo daquela época não acreditava que um homem como Mateus pudesse mudar de vida; é por isso que eles falaram para os discípulos de Jesus: “Vejam o que mestre de vocês está fazendo, ele nem sabe que Mateus é um pecador”. Mas Jesus deu a Boa Nova: “Os que estão saudáveis não precisam de médicos e sim os doentes. Aqueles que se acham santos não precisam de Deus para mudar de vida, mas os pecadores é que precisam de Deus para mudar de vida”.

Os judeus apenas acreditavam no Antigo Testamento, por essa razão Jesus pediu que eles o lessem para ver o que Deus dizia a respeito disso: “Eu não quero seu sacrifício, o que Eu quero é compaixão e misericórdia” (Oséias 6,6). Então Jesus diz: “Eu não vim para os justos, mas para os pecadores, para chamá-los ao arrependimento” (Lucas 5, 32).

Isso é âmago do Evangelho, Jesus veio acima de tudo para nos dizer que qualquer que seja nossa vida de pecado, Ele está ávido para nos perdoar.

Havia um livro no meu seminário que se chamava “Santos para os pecadores”, o qual narrava a história de uma lista de pecadores que se tornaram grandes santos. Vocês têm de compreender que eles tiveram de mudar de vida para serem santos. É isso que Jesus veio fazer e a Igreja está fazendo.

Maria Madalena era a maior pecadora no tempo de Jesus. Era uma prostituta que ficava de cidade em cidade com os soldados romanos. O nome Maria Madalena significava "Maria prostituta". O Evangelho nos fala da sua conversão, que ela lavou os pés de Jesus com lágrimas e os secou com os cabelos. O Senhor foi criticado por isso, mas Ele disse: “Ela teve muitos pecados perdoados porque ela muito amou, porque ela me amou muito ela foi muito perdoada” (Lucas 7, 47). O que Jesus quer de nós é muito amor. Aqueles que amam muito a Deus recebem muito perdão. Jesus a escolheu para ser a primeira mulher a anunciar a ressurreição. 

São Francisco Xavier era um aluno muito inteligente e tinha objetivo de se tornar um professor famoso. Santo Inácio de Loyola olhou para ele e percebeu que havia alguém na França que poderia fazer o seu trabalho, e ensinou a ele esta passagem bíblica: “De que vale ao homem ganhar o mundo inteiro e perder sua alma” (Marcos 8, 36). Esses versículos mudaram a vida de Francisco, ele veio pelo Sul da África depois Índia, e foi em primeiro lugar onde eu moro (melhor cidade da Índia). E eu sou um descendente daqueles que foram convertidos pela colonização portuguesa e se não fosse Francisco Xavier eu não estaria na Canção Nova agora. A igreja onde eu fui batizado foi inspirada por Francisco Xavier. E todos esses frutos na região de Bombaim são de Portugal.

Ouça: Padre Rufus fala dos ensinamentos de Santo Inácio de Loyola

Como hoje celebramos São Mateus, Deus está nos dizendo que não há limites para que Ele possa operar uma obra nova. Deus pode usar pessoas como Maria Madalena e São Paulo para mudar o mundo.

Precisamos prestar atenção na primeira leitura de hoje (Efésios 4,1-7.11-13), este livro nos diz o que a Igreja deve ser e fazer. Você não pode mudar o mundo apenas com planos, a única maneira de mudá-lo é  tornando-se um outro Jesus.

E o que significa ser um outro Jesus? E primeiro lugar, devemos lembrar que somos uma única família. Porque temos um Deus que é nosso Pai. Quando nós viemos para participar de um encontro deixamos nossas famílias, mas aqui formamos outra família. O Concílio Vaticano diz que temos um único Deus, então, somos filhos do mesmo Pai, formamos uma só família, somos todos irmãos e irmãs. Em segundo lugar, devemos nos recordar que somos batizados em uma única fé, somos batizados em Jesus Cristo, portanto, somos um único corpo. Todas as partes do seu corpo são você. Nada é tão único como o corpo humano, e nós somos um único corpo de Cristo. Em terceiro lugar, devemos recordar que fomos batizados por um único Espírito, o Espírito de Jesus, um dom de Deus, e porque temos um único Espírito em nós, nós mostramos uns para os outros a forma de se comportar. Quando vocês falam, todos falam da Palavra de Deus. Quando vocês olham uns para os outros devem se olhar do mesmo jeito, expressando alegria.

O cardeal, que ajudou a promover a RCC (Renovação Carismática Católica), falou no Concílio Vaticano a respeito desse moviemnto eclesial. Ele sempre me perguntava: "Quando você encontrou Jesus?" Na verdade, queria me perguntar como encontrei Jesus de uma forma tão pessoal. Ele tinha a certeza de que os cristãos do mundo inteiro tinham alegria em seus olhos. A alegria cristã é sinal do Espírito Santo.

São Paulo dizia que nada pode nos dividir. Você pode ter diferentes dons, pregações, curas, mas nada pode nos dividir. Certa vez, quando eu fui a um retiro nos Estados Unidos, fiquei na casa de um homem muito rico; e ele disse que tinha de ir mais cedo para o grupo de oração porque era responsável por organizar as cadeiras. Era um homem rico, mas tinha esse ministério: organizar cadeiras. Não deixe que os dons os divida!

São Paulo disse que tudo mais não tem importância, a não ser uma coisa: que todas as pessoas reconheçam em nós Jesus Cristo. Por isso, ele diz: 
“Eu vivo, mas não sou eu quem vive, é Jesus quem vive em mim” (Gálatas 2, 20).Transcrição e edição: Willieny Isaias
Áudios: Célia Grego
Fotos: Renan Felix



Adquira essa pregação pelo telefone:
(12) 3186-2600 

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Padre Rufus Pereira 


Sacerdote da Arquidiocese de Bombaim (Índia). Vice-presidente da Associação Internacional de Exorcistas.
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21/09/2007 - 20h00