086 A Existência do Demônio


A Existência do Demônio.

Por Padre Rufus Pereira
Tradução: Vinicius Adamo
Adaptação: Carlos Sadao Gushiken

... eu disse que aquilo que Jesus fez os seus apóstolos deveriam contribuir e que também o que os padres era suposto fazer. Então eu dei um exemplo, o melhor exemplo que eu sei, o meu próprio exemplo. Eu sei o que eu era, eu sei o que eu sou.
O cardeal arcebispo de Bombaim anterior foi meu professor quando eu fui um seminarista. E quando eu estava estudando naquela escola aos 12 anos, ele me conhece desde aquela época, ele com frequência diz que para ele eu sou o milagre do século XX. E fica encantado como aquele “pequeno Rufus” tímido que ele conhecia se tornou este sacerdote.
E eu disse, tudo começa no dia da nossa ordenação. Mas com frequência às vezes a gente leva e é ordenado de uma maneira mecânica. No rito de ordenação nós temos a oração do Espírito Santo. E às vezes não fazemos essa oração realmente com todo o nosso ser, com todo nosso coração. Às vezes a gente faz isso só como uma parte do rito, quando eu peço que o Espírito Santo venha realmente sobre mim, como veio na minha ordenação e me ungiu com o carisma do sacerdócio.
Mas depois eu pedi que ele viesse a ser uma maneira que se pudesse manifestar e aí as coisas começaram a acontecer.
Primeiro: O Ministério da Proclamação.
Então eu disse que o primeiro ministério que veio para a minha vida foi o ministério da proclamação. É como eu tenho ido de país a país, nos últimos dois meses, fui pela primeira vez a Finlândia, para dar um retiro para bispos e padres e, depois a Suécia, tem um bispo fantástico lá, para os padres e para os líderes leigos.
Padre Rufus na Látria.
E depois para a Látria em setembro. Somente para falar um pouquinho sobre a Látria, para mostrar a vocês o poder da palavra de Deus, eu fui convidado para dar um retiro para os padres e bispos da Látria há dez anos atrás. E o presidente da Renovação Carismática, padre Spikinevis, ele tinha traduzido o meu livro Jesus hoje para a sua língua ele levava muito a sério este retiro. No ano seguinte ele me pediu para ser o palestrante na primeira I Convenção dos Jovens da Látria, que era então parte da União Soviética. E naquela época as regras comunistas ainda eram muito fortes.
Então ele me disse: “venha um dia antes porque o presidente da Látria quer se encontrar com você”. Você pode imaginar que eu fiquei surpreso, fiquei pensando: “por que é que o presidente quer se encontrar comigo?”
Então no dia seguinte a aquela convenção da juventude eu fui ver aquele presidente. Eu fui revistado pelos policiais e fui levado ao palácio presidencial mas não havia ninguém ali no portão. Mas havia ali uma jovem e eu fui até ela e perguntei:
- Eu tenho um encontro com presidente. Como é que eu posso me encontrar com ele?
- Eu sou o presidente.
- Você é a presidente? Mas você é uma mulher! E você é bonita. Como é que você pode ser o presidente?
- Eu sou a presidente.
- Por que é que você quer me ver
- Eu li o seu livro que foi traduzido para a minha língua por duas vezes. E eu te chamei aqui para fazer aquela mesma oração que você menciona naquele livro pelo meu país.
Então eu fui levado até a sala de banquete e ali estava a sua família, estavam os membros do gabinete e havia todas as equipes de TV e fotógrafos. Eu não esperava uma recepção como essa.
Então, depois do jantar, eu perguntei a ela, que estava sentada em frente a mim com seu marido, sua filha e seu filho. E perguntei:
- O que eu devo fazer a seguir?
- Faça uma oração de cura e de libertação pelo nosso país e pelo nosso povo.
Então eu fiz uma longa oração, fiz o sinal da cruz, todos estavam olhando para mim. Depois dessa oração eu disse:
- O que vem a seguir?
- Eu quero que o senhor atenda a cada um de nós para aconselhamento, começando por mim mesmo.
E então, cada um deles, quando eu perguntava “O que você precisa?” eles diziam: “Esse pelo meu país que eu amo tanto”.
E essa oração parece que foi respondida dois meses depois, quando eu li num jornal católico da Índia que houve um encontro em Riga, na capital da Látria, do presidente, do cardeal católico, do arcebispo luterano e do patriarca ortodoxo, todos se encontraram e se reuniram para rezar pelo país.
Então, um ano mais tarde, ou melhor, em 2005 quando Bento XVI se tornou papa, essa presidente, de um país que antes era comunista, foi o primeiro Chefe de Estado a fazer uma visita oficial ao novo Papa. Não é incrível?
Em setembro fui lá novamente depois de um longo tempo a convite do padres Spikinevis que desde então era o Presidente da Renovação Carismática. E agora ele havia se tornado arcebispo de Riga e eu fui para láe a convite dele para falar para os padres. E ele me pediu que eu falasse para os seminaristas. Eu falei aos seminaristas por 3 horas e ao final ele me pediu que eu rezasse por ele e ele se ajoelhou. Ele disse que ele tinha mudado muitas pessoas na diocese para que realmente a palavra de Deus e o poder do Espírito se fizesse presente no seu país.
E quem foi que estava me ajudando na equipe para dar esse encontro? O filho da presidente. Ele estava trabalhando numa equipe. Ele havia sido nomeado pela hierarquia para cuidar da vida das famílias na vida desse país. Um pequeno livro pode mudar um país inteiro, esse é o poder da palavra de Deus.
Segundo: O Ministério do Ensinamento.
O segundo ministério que me foi dado foi o ministério do ensinamento. Um ensinamento da palavra de Deus. Assim, para trazer e que surjam novos líderes leigos. Nos dogmas da Igreja, especialmente na nova evangelização, o trabalho da Igreja é identificar e promover e proteger novos líderes leigos. Portanto quando um de meus jovens líderes querem estudar a Bíblia, se a gente não tem nada a oferecer para eles quando vão ao seminário e lhes é dito que a Bíblia é somente um assunto pequeno, estão ensinando teologia dogmática, então dois jovens se líderes que me ajudaram a dar um retiro num grande seminário da Índia, um deles era um peso viciado em drogas, líder de uma banda de clube noturno, e o outro estava na prisão por assassinato, um gângster bem conhecido. Mas o Senhor tocou as suas vidas e eles começaram a fazer parte da minha equipe. Quando eu fui dar esse retiro num seminário dominicano no centro da Índia, os testemunhos deles fizeram mais efeitos aos padres do que as minhas palestras. E eles queriam estudar a Bíblia para serem mais pregadores mais efetivos e nós não tínhamos nada para oferecer aos dois. E eles acabaram entrando num colégio bíblico protestante e nós os perdemos.
Em 1979 começamos o Instituto Bíblico Carismático Católico para dar cursos bíblicos de um ano inteiro somente para pessoas leigas, especialmente para jovens. E eu fui diretor e professor principal naquela instituto. E foi a primeira e talvez a maior escola bíblica católica da Igreja ensinando as escrituras do primeiro ao último capítulo de uma forma dogmática mas também espiritual. Muitos deles são líderes da renovação na Indonésia, na Malásia, na Índia.
Portanto eu sinto que o segundo ministério que nós padres teremos que ter é escolher os líderes das nossas paróquias para os apoiar, para os treinar, porque nós não podemos mais fazer tudo sozinhos. As vocações sacerdotais estão cada vez menores  especialmente na Europa e somente os leigos podem atingir aonde os padres não conseguem: na política, na vida social, vida familiar e daí por diante.
Portanto nós agradecemos ao Senhor, ao ver como os leigos estão sendo formados e treinados naquilo que e que é talvez a maior comunidade do mundo, a Canção Nova. Um aplauso para a Canção Nova e para todos líderes (aplausos), um deles está à minha direita. Aplaudam a ele também. (aplausos)
Nós temos que imitar Jesus em cada detalhe do que ele fez. Se o evangelho diz isso tão claramente, o evangelho de Lucas, no começo do capítulo 9-10, Jesus manda os doze apóstolos. No próximo capítulo nós vemos Jesus mandando os setenta e dois discípulos para que eles fossem os predecessores dos líderes que nós temos na Igreja hoje. Então nosso trabalho como padres é fazer exatamente o que Jesus fez.
Terceiro: O Ministério da Cura.
O terceiro ministério que veio na minha vida foi o ministério da cura. Eu não era muito favorável à esse ministério, eu nem pensava em rezar por alguém por cura. Mas como todo o restante, não foi eu que quis ou fiz, foi Jesus. Tudo é feito por Jesus, ele é a cabeça da Igreja, nós somos somente o corpo.
E aconteceu ainda nos meados dos anos 1970 quando eu estava dando um retiro numa grande universidade e eu ouvi as notícias de Bombaim que minha mãe tinha sofrido uma queda e tinha quebrado o cotovelo. Felizmente era o último dia do retiro então eu voei para Bombaim e meu irmão me disse que ela tinha tido uma queda muito violenta e os melhores ortopedistas de Bombaim disseram para ela que todos os ossos de seu cotovelo haviam se tornado pó. Foi a palavra usada, tinham se tornado pó.
E ela tinha que sofrer uma amputação, então imagine o que eu senti. Eu chamei uma irmã da Renovação Carismática, aquela primeira irmã que me falou sobre a Renovação Carismática, de quem eu falei na minha palestra anterior.
E eu pedi a ela que rezasse por minha mãe, porque eu não sabia como rezar. Eu havia sido treinado em Roma por 8 anos, mas eu não sabia como rezar pela própria minha mãe, eu não ousava rezar por ela. Mas eu chamei a irmã, porque ela ficava rezando pelas pessoas e eu ria dela, eu ficava ridicularizando-a e aí eu ficava pensando: "O que ela está pensando? As oração só acontecem em Lurdes ou em Fátima e somente quando o santos rezam. Então quem ela pensa que ela é?"
Eu agradeci muito o que ela tinha feito por mim, mas eu ainda gozava dela quando ela rezava pelas pessoas. Mas ali eu estava em necessidade, eu estava em desespero e eu liguei para. Um padre, ligando para uma freira para que rezasse por sua mãe. Ela rezou pela minha mãe em línguas, aquilo que eu costumava gozar dela antes, e ela foi embora.
Então eu continuei a rezar e eu comecei a rezar pela minha mãe de manhã, à tarde e à noite. Porque de repente o Senhor parecia ter falado comigo através do último capítulo do evangelho de Marcos, que eu mencionei para vocês, quando Jesus falou para os apóstolos: "Quando crerem em mim imporão as mão sobre os doentes e eles serão curadas". Eu disse: "Senhor, agora eu compreendo com a minha mente que essa mensagem sua é para mim. O senhor está dizendo para mim que as pessoas que acreditarem imporão as suas mãos e os dois serão curados”.
Mas eu queria dar um passo a mais mas eu também acredito que essa promessa é para mim. A Bíblia não é somente um livro de mensagens, mas é um livro de promessas. Existem dez mil promessas na Bíblia, todas esperando para serem realizadas. E como a gente sabe? Peça e recebereis. Buscai e as séries. A Bíblia é um livro das promessas de Deus, promessas que devem ser acreditadas, mas isso não é tudo. Então tomei o terceiro passo, reclamar a promessa, agir em cima disso.
Eu falei: Senhor eu vou acreditar na sua promessa e eu vou fazer. Então eu impus a minha mão sobre a minha mãe e rezei em nome do Senhor. Só isso. Mas eu tinha tanta confiança que a promessa de Jesus que eu tinha lido na Bíblia se tornaria realidade que eu disse ao meu irmão: "Peça ao médico que tive pelo menos o último raio X antes da amputação". O médico ficou com raiva: "Quem é este que está me dizendo o que fazer"? E o meu irmão falou para ele que era eu, um padre, irmão seu, que tinha pedido.
Na Índia existe um grande respeito pela Igreja e pelos padres, então o médico disse: "Tudo bem". Quando ele tirou o raio X, ele ficou abismado de ver que todos os ossos cotovelo que ele disse que haviam se tornado pó estavam curados. E ele nos disse que ele não iria trocar o gesso, mesmo que fosse um gesso temporário. Quando foi removido o gesso minha mãe não sentiu nenhuma dor e nem uma coceira e não precisou nem de nenhuma fisioterapia. Podia mover o braço esquerdo da mesma forma que seu braço direito, a gente tem ali os dois raios-X para mostrar o que o Senhor fez.
Foi o meu primeiro caso de cura e foi o começo do meu ministério. Então eu formei um centro de cura em Bombaim e foi indicado como membro do Conselho Internacional da Renovação Carismática em Roma para representar a Asia e para coordenar o ministério de cura e libertação no mundo inteiro.
Então, em terceiro lugar, todos somos chamados a ser mediadores da força curadora de Deus em direção aos doentes. Por quê? Como eu tenho ouvido com frequência nos últimos cinco dias, novamente e novamente, estas duas frases, as pessoas me dizem: “os médicos me disseram que este caso não tem cura”. E número dois, os médicos dizem: “não sabemos o que está errado”. Mas nós temos alguém cujo nome é Jesus que significa Salvador, Curador, Libertador.
E nós somos chamados a ser o outro Cristo para continuar o seu trabalho. Não somente pelo sete sacramentos que estão todos de certa forma também sacramentos de cura, o sacramento da confissão para a cura espiritua., a eucaristia para a cura interior de a unção dos enfermos para a cura física. Mas também o usando os sacramentos, para trazer cura para o nosso povo.
Quarto: O Ministério da Libertação.
E o quarto e último ministério que veio à minha vida foi o ministério da libertação. Houve um tempo em que eu não acreditava na existência do demônio.
Quando lá para trás a gente recebeu as ordens menores, todos vocês vão se lembrar disso, uma das ordens menores é a ordem do exorcismo. Então, depois de receber as ordens menores, nóo os seminaristas em Roma éramos em trinta e cinco na minha turma, começamos a gozar: "Agora que nós somos exorcistas nós podemos tirar todos os demônios".
Eu penso que nenhum deles acredita na existência do demônio. Portanto, o último ministério que veio a na minha vida, aconteceu em 26/07/1977 na festa de Santa Ana e São Joaquim. O Senhor escolhe dias e tempos para o seu trabalho. Eu estava dando um retiro para as irmãs de Santa Ana. Eu devo ter contado a história para a multidão mas eu quero contar aqui novamente.
Depois da missa festiva e do jantar festivo eu fui para o meu quarto para descansar. Logo houve alguém batendo na minha porta e ali havia aquelas três irmãs: a madre superiora, madre provincial e a mestra das noviças. E elas disseram: "padre, nós queríamos que o senhor descansasse". Mas foram justamente elas que vieram bater à porta e elas disseram: "Padre, nós sentimos muito por perturbá-lo. Existe uma família muito próxima de nós que está esperando ali fora porque eles ouviram falar você pregar na noite anterior. E por causa dessa pregação trouxeram o caso que eles acham que não é doença mental, mas é possessão demoníaca. Eles vieram porque o filho deles estava no hospital psiquiátrico e depois da sua palestra eles perceberam que ele não deve estar doente mentalmente mas possesso”.
Eu usei a palavra opressão para a multidão de forma genérica mas agora eu uso a palavra possuída. Eu só fico pensando: "Será que as pessoas ainda acreditam em possessão mesmo no tempo atual?"
Eu disse para as irmãs: "Vocês vão lá e rezem". eu disse para a família: "Você, rezem por ele" e eles disseram: "A gente vai à missa todo dia, reza o rosário e todo dia. E temos todo tipo de problema na nossa família: doenças físicas, perturbações. Porque nossos ancestrais eram sacerdotes daquela famosa deidade indiana Khali, que era a deusa da destruição. Por isso que nós acreditamos que nós estamos sofrendo".
Então eu disse: "Vocês continuem rezando e eu vou continuar rezando também". Mas ele disseram: "Mas padre, nós temos rezado tanto e nada está acontecendo. Venha rezar sobre o nosso filho e sobre nós." Eu falei: "Eu vou rezar por vocês".
Você sabe que e Nostra, padres, quando dizemos "Eu vou rezar por você" isso às vezes pode significar que estamos dispensando a pessoa.
Então eles disseram: "Padre, o senhor pode vir rezar por ele agora?"
Então eu disse: "Eu vou rezar por vocês, quando eu voltar para o meu quarto."
E então o Senhor começou a falar comigo. Eu não tenho problema com o demônio, somente com Jesus. Ele não me deixa descansar. Esse meu problema. (acha graça) Dia e noite. Parecia que o Senhor estava querendo me dizer: "Rufus, eles vieram até você para que você reze por que eles agora. Você reze por eles agora".
O que que eu podia fazer? Eu tive que fazer. Então eu fiz uma oração.  Eu fechei os meus olhos e fiz uma oração e foi o que eu disse na oração: "Senhor Jesus, liberte este jovem e a sua família do poder de Satanás, se é que ele realmente existe".
E eu rezei desse jeito silenciosamente em minha mente mas (acha graça) Jesus me ouviu e mal eu terminei essa oração...
Veja, eu fiz essa oração com raiva, eu estava com raiva deles e do Senhor. Esta é a melhor maneira de rezar, porque quando você reza dessa maneira e essa oração é respondida, você sabe que não é por você, como este caso que nós temos aqui embaixo. Eu estava sentado ali e a pessoa que estava do meu lado possuída, os padres estavam rezando e eu estava tomando um suco.
Então eu rezei esta oração sem fé. Era a melhor forma de rezar porque quando você reza sem fé e as coisas acontecem você sabe que ele não é por você, você sabe que é só um instrumento. É o Senhor que está trabalhando. e foi assim que eu fiz na minha oração, a minha primeira oração de libertação.
Então eu escutei um barulho como um tombo no chão. Quando eu abri os meus olhos ali estava essa mulher, a mais piedosa que estava sempre com o rosário na mão, rezando enquanto eu estava falando. Ali estava ela no chão e pela primeira vez na minha vida eu vi Satanás.
Eu olhei para o rosto dela, o rosto dela era o rosto de um demônio que, com os olhos esbugalhados e vermelhos. Olhei para as suas mãos e suas mãos eram como garras, querendo pular em cima de mim e querendo me enforcar.
E ela começou a falar em inglês perfeito, que ela não conhecia nem mesmo uma palavra: "O que você veio fazer nesta cidade?" era mencionou a cidade. "Este é o meu território! Volte para Bombaim! Volte para Bombaim!" foi o que ele disse. Então o que fazer? Eu não sabia o que fazer. A minha mente estava em branco. Eu não fui treinado para esse trabalho em Roma. Lá nem mencionavam a palavra demônio e ele estava ali tentando pular sobre mim.
Então eu fui por trás das três irmãs (acha graça) procurando proteção. Foi por isso que Deus mandou aquelas três irmãs, como se tivesse mandado os três reis magos, ele me mandou três rainhas. (acha graça) Eu estava olhando por cima delas e aquela mulher queria pular por cima de mim. O que fazer? Eu não sabia o que fazer. E eu me lembrei que havia um noviciado lá eu disse para as irmãs: "Chamem as noviças!" porque as noviças rezam bastante. Quando elas se tornam irmãs, elas não eram tanto. (risos)
Mas elas eram noviças e as noviças vieram com garrafas de água benta. Começaram a jogar água benta nessa senhora e aí parece que o Espírito Santo veio sobre mim. E como aconteceu sob o palco. E de repente eu comecei a dizer: "Esperem."
Eu não acredito que eu disse isso, havia uma coragem e da sabedoria do Espírito Santo vindo sobre mim. Eu disse: "Esperem." E eu comecei a rezar. Como eu rezei, eu não sei. Mas como o São Paulo diz em Romanos, capítulo 8, versículo 26: “quando eu não sei o que rezar, eu não sei como rezar, o Espírito Santo vai me dizer como rezar e o que rezar”. Romanos capítulo 12.
Então eu comecei a rezar em línguas pela primeira vez na minha vida. Aquilo que eu não acreditava antes, e aquilo que eu costumava rir quando as pessoas que oravam em línguas. Mas quando você não tem solução e você está em perigo, você faz qualquer coisa, para encontrar uma solução, e para sair daquele problema. Por isso é que eu rezei em línguas. Então, diante de meus olhos, eu vi uma transformação instantânea, como que em poucos segundos a face daquela mulher apareceu o rosto de um anjo, tão linda. As mãos que eram como garras estavam agora erguidas em louvor ao Senhor.
Esse foi o meu primeiro caso de libertação e a partir daí, eu estou atrás do demônio e o demônio está atrás de mim. Eu não tenho mais medo dele. Como eu estava lá embaixo agora, é aquela mulher estava recebendo a oração, eu estava numa boa, tomando suco. Mas não imitem a mim.
E desde então tenho perseguido o demônio e o demônio também me tem perseguido. Eu devo ter tido de 20 a 30 mil casos de libertação em todos países. Às vezes 10-20 casos durante o dia.
É por isso que a última coisa que eu estou trazendo nesta sessão o quarto ministério que o Senhor traz para a nossa vida sacerdotal é o ministério que Jesus exerceu com tanto poder e tanto sucesso, o ministério da libertação .
Agora eu vou dizer para vocês porque isso é tão importante.
Por quê o Ministério da Libertação é Tão Importante?
Porque, como eu disse para o pessoal em geral, e de uma forma genérica, mesmo que eu esteja repetindo é porque precisa ser repetido de novo e de novo.
As Três Fontes do Mal.
A primeira coisa que eu digo quando eu falo sobre isso em qualquer lugar do mundo é que existem três fontes do mal nos nossos problemas de hoje. Três fontes.
A Primeira Fonte do Mal.
Uma sou eu mesmo, se eu fiz algo de errado eu sou então culpado daquilo que eu fiz e devo sofrer as consequências do mal que eu cometi. Então a primeira causa do mal sou eu mesmo e meu pecado pessoal. Como diz o salmo, "Eu pequei".
E como nós lemos no capítulo 2 do livro de Genesis, como o pecado original veio ao mundo? Porque Adão pecou. Foi com seu pecado pessoal. Portanto não se esqueça que existe essa primeira fonte, não culpe as pessoas, não culpem o demônio.
A história contada por dom Bosco, que um dia um jovem coroinha veio confessando seus pecados e começou a fazer a sua confissão, então ele disse ao padre: "Eu falei palavrões mas foi o demônio que me fez falar palavrões". Ele sentiu alguma coisa chutando ele por trás ele olhou para trás e não viu ninguém.
E ele continuou: "Eu contém mentiras, mas foi o demônio que me falou para contar mentiras". De novo ele sentiu alguém o chutando por trás e quando ele olhou para trás não tinha ninguém.
Então dom Bosco disse a aquele coroinha: "Você sabe quem está chutando você? É o demônio. Por que é que você está comprando o demônio? Culpe a você mesmo. Então precisamos nos acusar a nós mesmos no sacramento da reconciliação.
Por isso a missa começa desta maneira: "Eu confesso ao Deus Todo-Poderoso". Eu confesso. É o meu pecado. Porque eu pequei é que as coisas foram feitas, por omissão e por ação. eu pequei. Não podemos nunca nos esquecer disso: não culpe as pessoas nem o demônio. A cura e a vida nova só começam quando eu tomo a minha responsabilidade e me arrependo. E peço perdão ao Senhor.
A Segunda Fonte do Mal
Mas, esta é a glória da Renovação Carismática que nos alerta que existe uma segunda fonte do mal que não sou eu, mas com frequência as pessoas ao meu redor. Minha família, meus vizinhos, meus amigos. Por isso que na mesma oração de confissão eu confesso a Deus e também aos outros.
E na segunda fonte de mal é o ambiente e na qual eu vivo, que vão me pressionar para fazer coisas más. Vão pressionar para ir a pessoas erradas para buscar ajuda.
Por isso que Adão pecou de fato, mas ele foi seduzido pela pessoa que estava mais próxima dele, que é sua esposa. A Bíblia diz isso muito, muito claramente, que a segunda fonte de mal era a pessoa mais próxima da gente.
Por isso a segunda fonte de mal é a partir da fonte das pessoas que estão próximo de nós: do pai para o filho e a filha, do marido para a esposa, de um irmão para o outro, do meu vizinho, dos meus amigos, dos meus paroquianos e assim por diante. É a segunda fonte do mal. Por isso nós precisamos de cura interior, do que eu vou falar rapidamente.
A Terceira Fonte do Mal
Mas existe a terceira fonte do mal, a terceira fonte do mal que não sou eu mesmo, não são as pessoas que estão ao meu redor, nem minha família e nem meus amigos, mas o mal que está acima de mim, ao meu redor, me envolvendo.
São as forças das trevas sobre mim, como diz São Paulo, os poderes dos principados do outro mundo, os exércitos espirituais malignos nos altos espaços. É a terceira fonte de mal: Satanás, o demônio. Portanto nas histórias que a gente ouve de nossos pais, Adão, que pecou, que pecou por sua culpa, mas a sua esposa que o seduziu, foi culpa dela.
E ela foi seduzida por que o inimigo a tentou, a iniciativa dele, ele é a terceira fonte. Por isso nós precisamos desse ministério de libertação.
Ou seja: queiramos ou não, o demônio existe.
Com frequência muitos padres não acreditam nisso, não querem falar sobre isso. Eu não acreditava nessas coisas e eu nem falava sobre isso. E eu fui forçado a acreditar nisso porque eu vi com meus próprios olhos o quanto meus paroquianos sofriam com isso. Deus sabia que a única solução era o ministério da libertação. E o primeiro caso que abriu os meus olhos para o poder de Satanás e do infinito amor e de poder do senhor. Então precisamos perceber que querendo ou não, o demônio existe.
Eu me sinto muito triste quando bispos e padres não acreditar nessas coisas. Mas eu digo para vocês porque eu acredito.
As Atitudes Extremadas.
Para mostrar qual deve ser a nossa atitude mesmo diante da existência do demônio, nós temos que obrigatoriamente evitar os dois extremos. Nós estudamos em filosofia num seminário o que disse Aristóteles "No meio está a virtude".
Ou seja, no equilíbrio está a verdade , ou seja evitar os dois extremos. Portanto podem existir esses dois extremos: aqueles que não acreditam na existência de Satanás e aqueles que infelizmente dizem que o demônio está em toda a parte. Então devemos evitar que esses dois extremos, a atitude correta deve ser a do centro.
Por que é que eu digo que o demônio existe? Porque a Bíblia diz assim: do primeiro ao último livro da Bíblia e finalmente no ministério de Jesus, uma parte importante do seu ministério foi o ministério da libertação.
Agora, como eu estou falando com padres, eu quero dizer a vocês que mesmo a Bíblia dizendo sobre a respeito da existência do demônio, muitos professores vão interpretar essas passagens de uma maneira diferente. É uma maneira comum de interpretar essas passagens é a dizendo: "Nós não devemos tomar tudo que a Bíblia diz literalmente".
Se quando a pessoa tiver ataques, nós devemos chamar isso de epilepsia ou esquizofrenia, e a Bíblia, por não usar termos médicos, vai chamar tudo isso de possessão. É algo comum que a maioria dos professores de escritura vão dizer. Para mim isso é uma maneira desonesta de interpretar a Bíblia. Para mim eu interpretava a Bíblia literalmente.
Quando serve para mim eu interpreto a Bíblia literalmente e quando não serve eu interpreto de forma metafórica?
A Bíblia deve ser interpretada literalmente, mas não literalisticamente. Existe diferença de sentido pelo menos na palavra em inglês. Por isso nós precisamos conhecer a linguagem daquele tempo, em aramaico e hebraico. Mas eu sinto que qualquer professor, se for honesto, vai reconhecer a existência do demônio. O meu doutorado em teologia bíblica, eu estudei isso.
E para mim a Bíblia diz claramente da existência do demônio.
É a segunda razão pelo qual os professores vão dizer para mim e para vocês para não tomar isso literalmente é que um deles costumava dizer, que era um padre em um Bombaim, tínhamos aquele encontro de padres em Bombaim, e o tema da conferência que estávamos tendo era "O Evangelho Hoje".
E era dado pelo mais famoso doutor em teologia da Índia. E ele era até membro da Comissão Pontifícia Bíblica e ele estava dizendo sobre o tema: "Vocês não devem interpretar a Bíblia da mesma maneira que a maioria das pessoas fazem, de forma literal."
E deu um exemplo, o mesmo exemplo que muitos professores de escritura costumam dar, ele dizia: "Por exemplo, os milagres de Jesus, não devem ser literalmente tomados todas as vezes. Pegue por exemplo a história da multiplicação dos pães e dos peixes. Vocês não devem dizer que Jesus realmente multiplicou os pães e os peixes. Mas quando Jesus estava falando as suas palavras foram tão importantes que as pessoas que levaram comida com eles começaram a dividir com os outros. Partilharam com todos e todos tiveram comida.
Então não é o milagre da multiplicação dos peixes. O milagre foi que o coração das pessoas mudou e as pessoas partilharam seus parentes e peixes. Imagine...
Então ele dizia "Claro, anjos também não existem da forma como as pessoas acreditam que eles existam".
E depois ele ia falando "É claro, o demônio também não existe".
Quando ele disse isso, todos os trezentos padres que estavam presentes ela olharam para mim, como que dizendo: "E agora? O que você tem a dizer?"
Porque eu tinha feito o meu doutorado em escrituras em Roma e eu tinha o que eles chamavam de  "DD" - "doctor divinitatus" - mas ele se interpretavam "DD" como sendo em inglês "demon driver" ("expulsador de demônios"). É como os padres de Bombaim me chamavam, o "expulsador de demônios".
Então olharam todos para mim e eu fiquei em silêncio.
Mas depois da palestra eu me encontrei com aquele professor e falei:
- Posso dar uma palavra para os padres dois minutos antes da sua próxima palestra?
- Por quê?
- Porque o senhor fez uma afirmação muito importante que muitos  professores de escritura fazem quando se fala de interpretação da Bíblia, que depende do seu ponto de vista para traduzir a Bíblia corretamente. Se o seu ponto de vista é muito primitivo você vê o demônio em toda parte. Se o seu ponto de vista é bem racional, muito inteligente, muito científico, você não vê o demônio em lugar algum.
Vocês entenderam o que foi dito? Foi o que ele estava dizendo ter o pessoal deu um grande aplauso a ele.
Então, antes da sua palestra eu falei aos padres e eu disse o seguinte: "Quando eu era uma criança o meu ponto de vista do mundo era muito primitivo e eu parecia ver o demônio em toda a parte. De noite chamava pela minha mãe dizendo: "Mamãe, mamãe e, o demônio está debaixo da minha cama". Se eu via um lugar muito escuro e eu achava que ele estava na. Mas eu não via demônios. Mas agora, quando o meu ponto de vista do mundo é bem racional, bem inteligente, bem científico, agora eu vejo o demônio em toda parte".
Vocês entenderam? Então me deem aplausos. (aplausos)
Eu vou falar novamente porque eu acho que não ficou muito claro. Isso é muito importante. O que ele quis dizer é o seguinte. O professor estava dizendo que quando a gente é criança e é primitivo a gente vê que o demônio em toda a parte e depois quando a gente se torna adulto, quando tem conhecimento, a gente não vê mais o demônio, porque a gente já está com a mente melhor.
E o que o padre Rufus disse é que ele, da experiência dele, é justamente o contrário. Quando ele era criança e ele tinha um olhar primitivo das coisas, olhar restrito das coisas ele achava que o demônio estava em toda parte, mas não via o demônio em toda parte. Mas quando ele se tornou um adulto que raciocinava melhor, ele não achava que via o demônio em toda parte, mas via o demônio em toda parte. Está claro agora?
A Bíblia Atesta a Existência do Demônio.
Por isso eu creio mesmo que o demônio existe. Eu conheço bem a Bíblia, que a Bíblia diz claramente que as na existência do demônio e o catecismo da Igreja católica, cada padre tem que ter o catecismo, ler e usar. Porque ali nós temos o ensinamento da Igreja católica de uma maneira muito lógica e simples, que fala claramente sobre a existência do demônio.
O Ensinamento de Vinte Séculos da Igreja.
Em segundo lugar, o ensinamento da Igreja nesses vinte séculos fala sobre a existência do demônio. Teologia dogmática, teologia fundamental, teologia sacramental, teologia ascética, teologia mística, tudo isso que nós estudamos num seminário, o ensinamento da Igreja é consistente sobre o demônio.
Paulo VI: 1972.
E as afirmações dos últimos papas a partir de Paulo VI: em 1972 o papa deu uma fala rápida na audiência geral. E com o que ele começou essa audiência? Fazendo uma pergunta. Qual foi a sua pergunta? "Qual era maior a necessidade da Igreja hoje?" qual era a maior necessidade da Igreja hoje? Ele falou um pouco, o olhou ao redor e falou: "Eu mesmo vou responder a essa pergunta. E não pense que essa resposta é simples e supersticiosa. A minha resposta a essa pergunta é: 'a grande necessidade no mundo hoje é saber como proteger e se defender contra aquele inimigo que a Bíblia chama de demônio ou Satanás, o inimigo personificado'.” - e essa foi a sua resposta.
E depois ele nos dá um ensinamento a respeito do essa questão, é o mais curto ter mais completo ensinamento sobre o demônio. Eu já imprimi milhares de cópias desse ensinamento e na revista da nossa organização, o Associação Internacional de Libertação, eu imprimi essa palestra do papa. E espero que ela possa ser traduzida e dado a todos os padres do país com os meus comentários. Então ali está a doutrina da Igreja. Bem curto e completo, mas muito bem falado.
João Paulo II: 1985.
E depois o João Paulo II, em 1985. Eles claramente disse que "A Igreja está numa batalha espiritual que com frequência pode tomar na forma de um exorcismo". O que pode ser mais claro que isso?
Bento XVI: afirmação recente.
Que as afirmações claras do papa atual. Eu o conheci muito bem quando ele era secretário para a congregação da doutrina da fé. É quais foram as afirmações que ele fez durante o ano passado? E para a minha surpresa foi impressa nas primeiras páginas dos jornais da Índia. Ele disse: "A igreja precisa de mais três mil exorcistas". A Igreja precisa de mais três mil exorcistas.
A Experiência Pastoral do Pe. Rufus.
Então esta é a primeira coisa que eu quero dizer, a coisa mais importante: a razão pela qual eu creio que o demônio existe não é porque a Bíblia e disse, não é porque está no ensinamento da igreja, não é porque está no ensinamento dos papas, mas é por causa do meu ministério pastoral.
Em todos esses anos de ministério pastoral, eu tenho experimentado duas coisas: eu tenho me encontrado com casos em que não tenham nem explicação física nem espiritual. Quando os médicos dizem que não conseguem entender, onde não existe explicação humana nem explicação psicológica nem explicação espiritual ao nível normal, exceto o fato de que só pode ser o demônio agindo sobre essa pessoa.
E em segundo, no meu ministério pastoral, eu encontrei casos que não tem solução humana: não têm solução médica, não têm solução psiquiátrica, e nem uma solução espiritual de uma maneira geral exceto[1] através do ministério da libertação.
E tenho tido casos após casos.
Nós vamos mostrar um vídeo na próxima sessão de um caso aqui é mesmo no Brasil, se vocês vão ver com os seus olhos mesmo.
Então, número um, o demônio realmente existe. Eu sei que pode haver aquele extremo onde as pessoas dão muita atenção ao demônio, até mesmo através da adoração satânica, que é epidêmica aqui no Brasil, mais no Brasil do que em qualquer outro país católico do mundo, mais até mesmo do que na África ou na Ásia.
Ou as pessoas vão tentar apaziguar o demônio, tentar achá-lo como um bom sinal, tratar bem a ele para que ele não as atinjan, ou viver com medo dele, o também vê-lo em todas as partes, como alguns carismáticos fervorosos que tem boa intenção mas alguns cometem a estupidez não ver o demônio em qualquer parte. Esse é o outro extremmo.
A atitude correta é o da Bíblia e da Igreja manifestada por São Pedro, que fala de sua própria experiência, na sua primeira carta onde São Pedro diz: no capítulo 5 versículos 8-9, São Pedro faz duas afirmações sendo uma afirmação e a outra um conselho.
O que ele diz? O seu inimigo é o demônio, só existe um inimigo, que é o demônio, que está ao seu redor como um leão que ruge, buscando a quem ele possa devorar. Foi o que ele disse. E depois ele nos aconselha: estejam vigilantes, mantenham os olhos abertos buscando sinais da sua existência e de seu trabalho, mas fiquem tranquilos, fiquem calmos - como eu estava na frente desses casos, eu já me acostumei com o demônio. Portanto eu simplesmente sentei fiquei tomando meu copo de suco e de café. Fica a tranquilos, não fiquem assustados.
Por isso São Pedro diz: nós temos somente um inimigo. E a tradução de inimigo em grego é o diabo, demônio, em que em hebreu é chamado Satanás. Mas a palavra que é usado na Bíblia é “inimigo”, nós só temos um inimigo.
E temos somente um amigo e este é Jesus, e ele chama a nós, especialmente a nós padres, de seus amigos. Amém. (aplausos)



[1] Ênfase do Pe. Rufus.

011 Luz, Libertação e Vida Nova

Luz Libertação e Vida Nova
Por Padre Rufus Pereira
Tradução: Vinicius Adamo
Adaptação: Carlos Sadao Gushiken
22/9/2000 09:00

Padre Jonas:
Toda da unção. Obrigado Senhor, porque o envolves agora no teu amor e no teu poder. Ele se torna a tua própria boca, Senhor. Sim, ele se torna, Senhor, a tua própria boca para falar para nós. Dá a ele Senhor, a unção nos seus lábios, mas unção à sua mente, unção ao seu coração, para que ele seja como uma flecha pontiaguda, Senhor, para atingir as nossas vidas. Obrigado Jesus por este teu servo. Obrigado pela obra que tu queres fazer em nós através dele. Unge-o com o teu Espírito. Amém.

Cantor:
Sentando e cantando:
Ninguém te ama como eu
Ninguém te ama como eu
Olhe para a cruz,
Esta era a minha grande prova
Ninguém te ama como eu.

Padre Rufus:
Meus queridos irmãos e irmãs no senhor Jesus, ontem, no nosso primeiro dia do retiro de quatro dias, eu comecei a falar sobre a boa nova do senhor Jesus a partir do final do evangelho.
Talvez não seja uma boa maneira de começar as coisas, mas quando você lê sobre a história de um crime por exemplo, ou como você chama assim, o triller de um filme por exemplo, então você lê o primeiro capítulo e o autor daquele filme está levando você a se perguntar quem seria o assassino.
Frequentemente a gente é tentado a dar uma olhadinha lá no último capítulo para logo saber quem foi o assassino. Mas então, se você fizer isso, você perde o gosto de ler toda uma história porque essas histórias de crime, o principal delas é o suspense que atrai o leitor.
Mas ontem foi o dia da Eucaristia. E eu comecei falando sobre aqueles quarenta dias no ministério de Jesus após a sua ressurreição. Porque uma das lindas histórias sobre a eucaristia na Bíblia é justamente essa história, quando Jesus foi até a casa desses dois discípulos em Emaús, que convidaram Jesus a cear com eles. Então nós lemos quando ele diz a frase que nós conhecemos: "Eles o reconheceram ao partir do pão".
O termo "Repartir o pão" é o termo também usado na celebração da Eucaristia. Eles reconheceram Jesus justamente porque ele celebrou a Eucaristia com eles novamente. Jesus tinha falado com eles sobretudo o que o Antigo Testamento dizia sobre ele, de que o Messias teria que sofrer para então entrar em sua glória. E a Eucaristia faz com que a profecia do Antigo Testamento se torne realidade. Então eles reconheceram que aquele Jesus que era estranho foi o Jesus que sofreu, morreu, portanto pôde ser reconhecido por eles.
E como nos diz o evangelho, "os seus olhos se abriram". Como diz um canto muito bonito "Abra os meus olhos Senhor, para que eu possa ver Jesus". Mas esse é o final da boa nova.
O Início da Boa Nova.
Hoje eu quero ir com vocês ao início da boa nova. Como é que São Marcos começa o seu evangelho? Somente com uma frase. Ele disse "este é o começo da boa nova, que Jesus é o filho de Deus". Que Jesus é ambos, Deus e homem. É como começa o evangelho.
O evangelho de Lucas nos dá mais detalhes e portanto este ano nós estamos celebrando o jubileu de Jesus, estamos celebrando o nascimento de Jesus. Mas o importante é, nós estamos celebrando a encarnação de Jesus e a história da boa nova. A história do amor de Deus pelo homem.  
A história da nossa própria liberdade e da nossa vida nova começa quando o anjo Gabriel certo dia apareceu a Maria, a virgem de Nazaré. E o que é que esse anjo disse a Maria? Ele disse que ela era “cheia da graça”, que é uma frase bíblica para dizer que Deus tem muito amor por ela. Dizia a ela que Deus estava com ela, a mesma frase que hoje nós dizemos na Eucaristia.
Então ele proclamou a boa nova pela primeira vez para um ser humano, à própria Maria. Ele disse a ela que Deus teria alegria de que ela fosse a mãe de seu filho, que ela conceberia pelo Espírito Santo. Então o seu filho, ele seria o filho das alturas, ele não seria um ser humano comum, seria uma pessoa especial, seria o próprio filho de Deus.
Em segundo ele disse a ela que ela deveria dar a ele o nome de “Jesus”, que em hebraico significa "Aquele que salva". "Aquele que cura". "Aquele que liberta". Essa éa a história de como a sua e na minha salvação começou.
E Maria diz: "Eis me aqui, disponível a qualquer coisa que tenha que ser feita".
Ela disse: "Que a vontade de Deus seja feita na minha vida em perfeição".
O Verbo se Fez Carne.
E naquele momento, no evangelho de João, o verbo se fez carne. Deus veio até nós. Deus se tornou um ser humano. O criador se tornou criatura. Então, por isto nós estamos celebrando nesse tempo o jubileu da encarnação.
A encarnação é o centro da nossa fé cristã católica. O que realmente significa a encarnação? Que desde o início de nossos pais o homem tem tentado conhecer a Deus, mas Deus era desconhecido. O homem tinha tentado, vem tentando alcançar a Deus, mas Deus é inatingível. Toda e qualquer tentativa dos homens mais inteligentes e mais sábios para alcançar Deus tem se mostrado infrutíferos.
Vocês veem nos dias de hoje centenas, milhares de novos movimentos tentando alcançar Deus, tentando atingir Deus, mas só trazendo insucesso e decepção.
Portanto, qual é a resposta do cristianismo? A resposta do cristianismo é que Deus teve que se fazer um homem, que Deus deu o primeiro passo. Deus tomou a iniciativa. Deus teve que ser revelara a si mesmo para nós. Deus fez se a si mesmo disponível e alcançável por nós. E como que Deus fez isso?
João 3,16: a Loja de Cingapura,
Este ano, no mês de fevereiro, eu fui a Cingapura. Para dar um retiro sobre libertação para os padres e eu o povo de Cingapura. E no intervalo eu fui olhar algumas lojas. E eu vi uma loja cujo nome da loja era João 3,16. Eu pensei: “nunca vi uma loja com esse tipo de nome antes”. Então eu percebi que o nome era a descrição do versículo da Bíblia, João 3,16. Então eu entrei na a loja e eu pensei por mim mesmo: “Bom, o dono esta loja deve ser pentecostal”. Eu não acho que seja católico, os católicos não não dão nome das lojas com o versículos das Bíblia. Talvez fosse protestante, evangélico, pentecostal.
Então eu entrei na loja e aí eu o parabenizei o dono e disse: “Eu sou um padre católico. De estou muito feliz de ver o nome da sua loja, João 3,16.”
E o proprietário ficou muito feliz dizendo: “Você é a primeira pessoa que vem para me parabenizar por ter dado este nome para a loja . – ele me disse – eu vou dar um presente para você.” E ele me deu uma caneta. E na caneta lá estava João 3,16 escrito na caneta. E eu tenho essa caneta comigo já desde muito tempo. Depois um dia uma pessoa no aeroporto me pediu emprestado uma caneta para preencher um formulário, então eu dei a minha caneta para ele e ele olhou para a caneta e disse: “ah, João 3,16!” depois de um tempo eu percebi que ele sumiu com a minha caneta. (risos da plateia)
Eu estou feliz que ele vai mostrar essa caneta para muita gente. E eu tenho certeza que vocês, como bons católicos, sabem o que está em João 3,16. É para muita gente o versículo mais importante da Bíblia. “Deus amou tanto ao mundo que deu seu único filho Jesus para que aqueles que nele crerem não sofram, mas tenham a vida eterna”.
Vamos dizer isso todos juntos?
Deus tanto amou o mundo... que deu o seu filho único... para que aqueles que nele crerem... não pereçam... mas tenham a vida eterna.
Palmas para o Senhor por causa disso! (aplausos)
Nove meses mais tarde Jesus nasceu. E naquela noite os anjos apareceram para os pastores em Belém e agora os anjos davam aos pastores a boa nova.
Não é surpreendente que as primeiras pessoas que recebem a boa nova depois de Maria sejam os pastores? E por que pastores? Porque no tempo de Jesus os pastores eram as pessoas mais pobres da Palestina. Tinham um trabalho muito duro a fazer. E eles eram abandonados e desprezados.
E Jesus escolheu os pobres dos pobres para enviar os seus anjos para anunciar a boa nova. E o Senhor está fazendo a mesma coisa hoje, esta era a razão pela qual Nossa Senhora apareceu aos 3 pastorinhas em Fátima. É para os pobres que todas as aparições de Maria tem acontecido.
Foi para uma menininha simples e pobre – chamada Bernardette – em Lurdes que Nossa Senhora apareceu.
Esta é a razão pela qual mais tarde Jesus vai dizer: “Eu vim para trazer a boa nova aos pobres”.
E o que que os anjos disseram para os pastores? Algo muito simples, uma frase somente, talvez duas, a segunda mais importante: “Hoje nasceu para vocês um bebê.”
Normalmente o nascimento de um bebê já é uma boa nova. Mas talvez uma boa notícia somente para os pais ou talvez para a família e não para a todas as outras pessoas.
Mas os anjos disseram: “Hoje para vocês nasceu um bebê e esse bebê é a própria boa nova”.
Esta é a palavra que a igreja primitiva teve para descrever a Jesus. Nós temos recebido somente más notícias todos os dias de nossa vida, e Jesus é a primeira pessoa que ele mesmo é a boa nova. Mais tarde, Pedro vai dizer para a família de Cornelius “Jesus veio também para os bons”. Por isso Jesus é chamado boa nova, por isso os anjos disseram a para os pastores “Hoje para vocês nasceu uma boa nova”.
Segundo, uma grande alegria, porque naquele tempo o povo de Israel estava sob o domínio dos romanos. E também eles estavam sob a dominação dos seus líderes religiosos, a vida era muito difícil para eles. Ele freqüentemente estavam tristes, e em lágrimas. Essa era a razão pela qual o mais tarde Jesus vai dizer “Venham a mim vocês que estão sofrendo e com suas vidas afetadas”. E os anjos disseram aos pastores “Boas novas de grande alegria”. Grande alegria na Bíblia significa vida plena, vida cheia e vida liberta.
Terceiro, para todas as pessoas, os judeus imaginavam que Jesus tinham vindo só para eles mesmo. Mas foi então dito que Jesus não era uma propriedade especial de alguma nação. Jesus é o homem para todas as épocas, para todas as gerações, Jesus é o homem para todas as nações, para todas as pessoas.
Então Jesus veio para quebrar as barreiras a, as muralhas entre nações, entre línguas, entre países. Esta é a forma que os anjos descreveram Jesus.
Quem é Jesus?
Então quem é Jesus? Jesus é a boa nova, de muita alegria para todo o povo.
Vamos repetir isso?
Jesus era boa nova... de grande alegria... para todo o povo.
Vocês falaram em certo mas muito baixinho. De novo?
Jesus é a boa nova... de grande alegria... para todo o povo.
Novamente aplausos ao Senhor por isso (aplausos).
Jesus Oculto: a Experiência de Jesus.
Então, por trinta anos Jesus ficou oculto, viveu a sua vida normal na cidade de Nazaré. Então, mais tarde, as pessoas vão dizer: “Ué, nós conhecemos Jesus. Não é ele e o filho do carpinteiro? O José? Nós não conhecemos a sua mãe, Maria? Então de onde veio essa sabedoria? Essas coisas novas que ele nos traz? De onde vem toda essa sua força para proclamar palavras novas? Para expulsar demônios? Para cuidar? Para salvar?”
Isso aconteceu porque quando Jesus tinha 30 anos ele teve uma experiência.
Ele entrou nas águas do rio Jordão, onde João Batista estava batizando as pessoas como um sinal de arrependimento e de penitência. De Jesus estava lá, o último da fila, para ser batizado. E quando ele entrou no rio Jordão, milhares de pessoas já tinham passadas por aquilo. A água já estava suja. Num certo sentido a água estava cheia dos pecados das pessoas que passaram por ali.
E Jesus entrou naquelas águas como se Jesus estivesse dizendo: “Eu entro aqui no meio de vossos pecados até para me tornar semelhante a vocês”. Mais tarde São Paulo vai dizer: “Jesus, que não tinha nenhum pecado, se tornou pecado para que nós possamos nos tornar santidade de Deus”. Então mais tarde São Paulo vai dizer algo ainda mais forte: “Jesus vai se tornar maldição por nós, para que nós possamos ser libertos através dessa possibilidade de Jesus”.
É por isso que São Paulo diz de uma forma muito forte, porque quando Jesus é crucificado na cruz, as pessoas vão dizer: “nossa, Deus o amaldiçoou”.
Nas palavras de São Paulo era como se Jesus deixasse que as pessoas imaginassem que aquilo era uma maldição de Deus, para que através daquele de sacrifícios nós possamos ser salvos. É isso que Jesus fez naquele dia quando ele entrou nas águas do rio Jordão. Ele se esvaziou de sua glória, ele queria ser considerado ele mesmo como um pecador, como uma pessoa como qualquer outra. Essa era a razão pela qual Deus colocou nele toda a sua benevolência.
Depois mais tarde São Paulo vai dizer na Carta aos Filipenses, que Jesus se despejou de sua glória e por isso Deus lhe concedeu a glória dando-lhe um nome acima de tudo nome, o nome pelo qual toda língua há de confessar, todo joelho há desdobrar, para dizer que Jesus é o Senhor. Então porque é que Jesus estava nessa água suja, cheia de pecados dos seres humanos?
Os Céus se Abrem para Jesus.
Quando Jesus se permite ser batizado por uma criatura, por João Batista, os céus se abriram. Os céus se abriram. Porque é a frase bíblica que significa “Deus vai falar ao homem”. “Deus vai vir ao homem”. Naquele momento Jesus recebeu do Pai a autoridade para proclamar o evangelho.
E naquele momento Jesus recebeu poder do Espírito Santo para curar e expulsar demônios. Quando Jesus então voltou cheio do poder do Espírito para a sinagoga em Nazaré, e quando ele leu as escrituras, as pessoas ficaram espantadas com ele.
Aquela leitura mudou, estava sendo lida de uma forma diferente.
Mais ainda quando ele começou a falar, o que as pessoas diziam? As pessoas começaram a dizer: “Nunca ninguém falou conosco dessa maneira. É um novo ensinamento, novo na sua maneira de ser. Nunca ninguém nos disse que as coisas que esse homem está dizendo”. Mais tarde Nicodemos diria a Jesus: “eu, como autoridade, não sou capaz de dizer, de falar as coisas como você, que era o filho de um carpinteiro”.
E as pessoas vão estar surpresas com a convicção e a autoridade das palavras de Jesus.
Ele fala com a autoridade não como os escribas, que vão apenas citando as palavras da escritura. Os escribas diziam: “isto é o que eu li ali, isso é o que o profeta disse”. Jesus diria: “eu lhes digo isso, eu lhes digo aquilo”. E a única autoridade que ele tem é a autoridade de seu Pai. Ele vai dizer: “O que eu escuto, é o que o pai me fala, é o que eu lhes falo”. Ele vai dizer: a “O meu Pai está sempre trabalhando para trazer a bondade aos homens e eu também sempre trabalho para isso”.
A Primeira Cura e Libertação Trazida por Jesus.
E naquele dia aconteceu a primeira cura e libertação trazida por Jesus. Havia um homem possuído terá presença de Jesus cheio do Espírito Santo provocou a ira do mal que havia naquele homem. Nos olhos das pessoas aquele era um bom homem, que vinha à sinagoga todo o sábado, mas naquele dia alguma coisa aconteceu.
E na presença de Jesus anos, e na presença do Espírito Santo que estava em Jesus, e na presença de Deus-pai cuja altoridade estava em Jesus, o mal ficou irritado, o mal que havia naquele o homem foi perturbado e ele foi forçado a dizer a verdade: “Eu sei quem você é! Você é o Santo de Deus!”
“Você é o Santo de Deus”.
Uma Fé Demoníaca.
Às vezes eu penso que o demônio têm mais fé do que nós católicos.
Como a Bíblia diz, eles creem mas temem. Quantos teólogos hoje estão dizendo “Jesus é só um homem, não é Deus”. Quantos teólogos infelizmente tem dito: “Podemos ser salvos através de outras maneiras, através de outras pessoas”.
Eu estava dando um retiro num seminário onde havia seminaristas no quarto ano de teologia que estavam para ser ordenados, como que num final do treinamento do seminário. E quando venham a mim pedir aconselhamento, muitos deles diziam que não acreditavam que Jesus era Deus.
E eu dizia para mim mesmo: “Mas eles vão ser condenados tão brevemente, e que tipo de padres vão ser eles”? Se um cego guia outro, ambos vão cair no precipício.
Mas naquele dia era o próprio demônio dizendo que Jesus era o Santo de Deus, o filho de Deus, aquele que veio para curar, aquele que veio para salvar.
Então eu acho que nós deveríamos rezar para ter a fé que os demônios têm, mas não me levem a sério, é uma brincadeira. (aplausos)
A segunda coisa que se demônio disse foi o seguinte, foi mais ainda, foi uma pergunta: “Por que é que você veio nos destruir?” “Por que é que você veio nos destruir antes do tempo?” “Dê-nos um pouco mais de tempo: mais alguns anos, mais algumas décadas, mais alguns séculos, mais alguns milênios para atrapalhar a essas pessoas, e depois no final, você pode vir”. “Por que é que você veio nos destruir agora?”
Mais tarde o evangelho vai nos dizer que Jesus veio para destruir as obras de Satanás. Jesus veio para destruir a os trabalhos e as obras de Satanás.
E esse foi o primeiro caso. E o que é que Jesus fez?
Primeiro Jesus o rebateu, disse a ele que ficasse calado. Então Jesus o expulsou daquele homem e aquele homem foi liberto. E as pessoas ficaram maravilhadas olhando tudo aquilo admiradas. As pessoas começaram a dizer: “Nunca vimos uma coisa como essa”.
Caso: O Jovem da Lituânia.
Meus queridos irmãos e irmãs, o que Jesus fez há dois mil anos atrás, ele está fazendo até mesmo hoje. Então eu vou contar uma outra história para vocês. Não uma história do evangelho, mas uma história do que nós estamos vendo nos dias de hoje.
Eu estava no mês de maio lá na Lituânia, era a segunda vez que eu fui lá na Lituânia. Ano passado eu estive lá, e o que eu vi lá realmente trouxe lágrimas aos meus olhos. A Lituânia é um país católico mas eles sofreram tanto durante a guerra, primeiro com os nazistas e depois com os comunistas soviéticos. É uma pequena nação de 3-4 milhões de pessoas, mas durante os anos da ocupação comunista, meio milhão de pessoas foi deportado para a Sibéria. Imagine só, meio milhão de pessoas sendo deportadas para fora do país, para a Sibéria, que é um lugar inóspito, gelado. Sofreram terrivelmente.
Foi o bispo da Lituânia que me chamou para dar esse retiro para os padres e para os leigos. E ele me disse que ficou durante dez anos num campo de concentração, na Sibéria, condenado a trabalhos forçados, porque ele estava pregando o evangelho.
Mas quando eu olhei para ele havia sempre um lindo sorriso na sua face. E eu não podia acreditar que esse arcebispo era um mártir, uma testemunha viva, um mártir vivo.
E no ano passado eles não tinham nem mesmo dinheiro para pagar a minha passagem. E quando eu tomava as minhas refeições com eles, eram refeições muito simples. E a Lituânia até hoje ainda é um país ainda mais pobre do que a Índia, o meu país. Então este ano eu fui novamente e assim que eu cheguei no aeroporto, os líderes começaram a me contar sobre um caso de possessão.
Eles disseram que quando eles estavam conduzindo um grupo de oração, durante o louvor em línguas e adoração, um jovem começou a manifestar sinais de opressão demoníaca. Tornou-se violento e os líderes da Renovação nunca tinham visto uma manifestação como aquela.
Eles me diziam que 4-5-6 homens tinham que segurar aquele jovem, ele estava dizendo palavras horríveis e cuspindo em todos eles. Aconteceu de novo alguns dias depois, e eles me pediram que eu os ajudasse a libertar aquele jovem.
No primeiro dia do retiro, estava tendo uma grande missa de cura na catedral, como nós tivemos esta semana na catedral em Sorocaba.
No momento em que eu comecei a pregação, esse jovem começou a dar sinais de possessão demoníaca. Então enquanto a missa foi acontecendo, tinha esses homens fortes segurando esse jovem no canto.
E quando eu cheguei até a ele que eu pude ver nos seus olhos e na sua face o próprio rosto de Satanás, todo o poder de Satanás. Esse jovem começava a cuspir. E mesmo sob o poder de Deus nesses casos acontece esse tipo de manifestação. Normalmente nesses casos não se fica disputando com a pessoa, mas mesmo nesse caso esse jovem fazia esse tipo de coisa com aqueles homens.
Então eu pensei: “Não é um demônio dos pequenos, é um demônio poderoso, do principado”.
Então eu pensei: “Eu vou rezar por ele quando começar o retiro, amanhã”.
E então as coisas começaram a se normalizar. Havia sempre um homem forte com ele dia e noite. Mais tarde os líderes vieram me dizer: “padre, cada vez que olha para você, ele vê o senhor em algum lugar, ele fica cheio de raiva e cheio de violência. Especialmente quando o senhor está pregando, ele tem vontade esbofeteá-lo, ele quer ir lá bater no senhor. Mas, ao mesmo tempo, quando ele chega perto do senhor ele vai se acalmando”.
Então este é um exemplo da batalha entre o espírito do mal e o Espírito Santo. E esta batalha acontece com cada um de nós. O Espírito Santo nos traz mais para perto de Deus, o Espírito Santo trouxe você até aqui hoje. Mas pode ser que o espírito do mãl queira que você feche os olhos e os ouvidos para aquilo que Deus quer fazer. O espírito do mal vai certamente sussurrar no seu ouvido: “Para você não tem jeito. É melhor você voltar para casa”.
Normalmente nos nossos retiros, quando as pessoas chegam na casa de retiros, eles vão me dizer mais tarde: “No momento em que cheguei nos portões na casa de retiros, senti alguma coisa me puxando para trás”.
É o Espírito Santo querendo empurrar você para a casa de retiro e é o espírito do mal querendo puxar você para fora. É uma experiência comum.
Então isso é o que estava acontecendo com aquele jovem. Então chegou o último dia, onde nós iríamos rezar naquele domingo para aquelas trezentas pessoas.
Então os líderes vieram em me disseram: “Padre, aquele jovem fugiu. Ele entrou na floresta, subiu nas colinas”.
Então eu disse: “Só vamos rezar para que o Senhor o traga de volta, porque nós estamos no final do nosso retiro. E se não acontecer a libertação com ele durante o retiro e, eu não sei o que vai acontecer depois”. Então começamos a rezar pelas pessoas.
Então, num certo momento, quando eu terminava de rezar por um homem, eu olhei para cima, e eu vi alguém correndo ao longe, com muita velocidade. E quando foi chegando perto de mim, eu percebi que era aquele jovem: e ele parecia uma pantera, parecia um tigre, com as suas mãos como se fossem garras, com os seus olhos cheios de ódio e com sua boca parecendo mandíbulas e ele pulou para cima de mim e me nocauteou para o chão.
Em todos esses 25 anos eu glorifico a Deus por todas as coisas, eu glorifico e eu sei que o inimigo nunca vai me machucar. Até mesmo nos casos mais violentos eu fico sozinho que as pessoas dizem: “Padre, você vai precisar de ajuda”. Porque antes 4-5 homens estavam segurando esse homem, esse jovem, mas normalmente eu costumo controlar a situação sozinho, sem problemas. Muitas vezes essas pessoas possuídas pelo demônio tentam até me enforcar, mas nunca nada aconteceu.
Mas como eu não esperava dessa vez a coisa aconteceu. Portanto, não era um pequeno demônio, não era um simples soldado da infantaria, também não era um capitão. Talvez nem fosse um major, talvez não seja nem um comandante de brigada mas talvez fosse um general do Exército de Satanás.
Portanto no momento que ele caiu por cima de mim, que eu estava no chão, os homens vieram e tiraram ele de cima de mim. Por um momento eu fiquei em estado de choque, mas eu continuei a rezar pelas pessoas. Então lá estava aquele jovem sendo segurado por dez homens, então tinha dois no braço direito, dois no braço esquerdo, dois segurando a perna direita, dois segurando a perna esquerda, dois segurando a cabeça.
Eu disse aos padres: “Vocês continuem a rezar sobre ele enquanto eu continuo rezando pelos outros. Eu vou rezar por mais quatro ou cinco pessoas e depois eu vou lá para ver o que está acontecendo”.
Certamente aquelas trezentas pessoas que estavam no retiro começaram a orar a Deus como eles nunca oraram antes. (risos)
Normalmente eu costumo rezar pelas pessoas que estão possuídas de maneira silenciosa, para que as que pessoas não se assustem.
Mas muitas vezes essas manifestações acabam acontecendo e até a fé dessas pessoas acaba se fortalecendo. E eu dizia então: “Senhor, liberta este jovem antes que o retiro termine, porque se eu tiver que ir embora da Lituânia sem resolver este caso, eles não vão me chamar mais”. (risos) 
E talvez mais do que isso, é claro, eles vão perder a fé no senhor, Jesus! Eles não vão mais acreditar em você! Eles não vão mais acreditar em João 3,16. (risos)
Então quando eu estava terminando um padre veio me dizer: “Padre, aquele jovem disse que ele quer abraçar você”.
Eu não esperava por isso. Eu não sabia o que fazer, eu vou dizer: bom eu não sei o que fazer. Eu disse ao Senhor:
- Senhor, eu não sei o que fazer. O senhor me diga.
- Padre, tome cuidado. É melhor que o senhor não vá lá. Ele pode te matar.
Então em mim havia uma batalha entre a coragem da fé e a prudência humana do medo.
Então o padre veio e voltou de novo dizendo:
- Padre, ele quer segurar a sua mão.
- Bom, assim não é tão ruim. Talvez ele possa torcer a minha mão.
Então eu fui até aquele jovem, seguro no chão por todos aqueles homens e eu olhei para ele. E eu senti a compaixão de Jesus entrando do meu coração. Eu senti o Senhor me dando um aumento de fé, eu senti o poder do Espírito Santo comigo e eu olhei para aquele jovem. E eu disse para aqueles dois homens:
- Soltem a mão esquerda dele.
Eles não queriam soltar a mão esquerda dele, e eu disse:
- Eu estou dizendo para vocês para soltar a mão esquerda dele.
Então aqueles homens soltaram a mão esquerda dele. E num ato de fé eu segurei a sua mão esquerda. Quando eu segurei a sua mão esquerda, eu já sabia que ele já estava liberto. Era como a mão de uma pessoa que está submersa no mar e essa mão buscando a salvação, era uma mão buscando ajuda e eu segurei a mão dele. E eu disse aos outros dois homens:
- Soltem a mão direita dele.
E eles não queriam fazer isso.
- Eu estou dizendo para vocês, soltem a mão direita dele.
E eu segurei as suas duas mãos. Eu beijei as suas mãos. E ele levou as minhas mãos para a sua boca e beijou as minhas mãos. E eu disse aos homens que estavam segurando a sua cabeça:
- Soltem a sua cabeça.
Então ele se levantou e me abraçou. Todos os homens ficaram olhando para ver o que é que aconteceria. E ele me abraçou por cinco minutos, sem me deixar ir, era o abraço de uma criança buscando o amor de seu pai.
Então eu me lembrei do que ele me disse quando veio fazer a confissão. Eu disse a ele:
- Eu não posso rezar por você antes de conhecer toda a sua história.
E com a ajuda da equipe ele escreveu tudo, a mesma história que eu encontro em todo lugar: ele foi terrivelmente ferido pela sua família, rejeitado pelo pai, rejeitado pela mãe, uma infância cheia de dor.
E agora que ele era um jovem, ele se apaixonou por uma garota que o deixou porque ele começou a ficar doente. Ele ia muitas vezes ao hospital e o diagnóstico dos médicos é que ele tinha uma rara doença que somente duas pessoas na Europa tinham, e que não tinha cura. Não havia cura. Ele estava entrando e saindo de hospitais e quando ele estava no hospital, não havia ninguém para visitá-lo.
Então o que ele fazia? Algumas vezes à noite ele tentava fugir do hospital e ia para o cemitério, ia para o cemitério e passava toda a noite num túmulo, o túmulo de um homem que era satanista. E era esse espírito do mal que tinha possuído ele.
E porque eu soube disso é que eu pude rezar com eficácia e eu sabia que aquele demônio o havia deixado, ele estava livre.
E eu disse aos outros homens que soltassem suas pernas e ele se levantou. E novamente me abraçou. Você pode imaginar o que aquelas trezentas pessoas sentiram naquela noite?
No dia seguinte eu queria conduzir uma missa de cura em outra cidade. Na semana seguinte eu fui para a Látria, próximo da Lituânia. Então ele veio comigo também em qualquer lugar que eu ia e ele vinha me acompanhando. Como aquele homem que foi liberto de uma legião de demônios por Jesus, ele dizia: “Jesus, eu quero ir contigo”.
E aonde eu tinha uma missa de cura, na oração dos fiéis, ele era o primeiro que vinha para fazer a oração dos fiéis. Quando eu chamava alguém para testemunhar, ele era o primeiro a dar o testemunho. No último dia ele veio com a sua namorada, aquela que o tinha deixado, quando ela soube que ele estava liberto, ela voltou para ele.
Conclusão.
Meus queridos irmãos e irmãs, eu me lembro desse jovem, no primeiro dia que eu vi, possuído por Satanás, abandonado e sofrendo. E quando eu deixei a Lituânia, eu deixei a Lituânia com a imagem dele na minha mente cheio de nova vida, com alegria nos seus olhos, com um sorriso nos lábios, uma nova vida, um nascido de novo.
Esta é a razão pela qual, meus queridos irmãos e irmãs, que eu lembro a vocês que o centro da nossa fé é João 3,16.
E aquilo que Jesus fez para esse jovem, ele quer fazer por cada um de nós.
Porque Deus amou tanto o mundo, porque deus amou tanto a você e a mim, que ele nos deu o seu melhor presente, ele nos deu nada menos que o seu próprio filho Jesus para que aqueles que colocarem a sua confiança nele, aqueles que crerem no amor de deus, aqueles que crerem na salvação que está em Jesus, aqueles que crerem no poder do Espírito Santo, não morram, não se sintam rejeitados, não tenham medo, não se sintam deprimidos. Não se sentirão também oprimidos pelo mal, mas terão uma vida nova, uma nova paz, uma nova alegria, uma nova força, um novo poder. Talvez de uma forma que jamais estiveram antes. Amém. (aplausos)