Caso: o intelectual de Bombaim

Caso: o intelectual de Bombaim
Fonte: Deus é por nós (1999)
Eu estava abençoando casas durante a Semana da Páscoa na minha paróquia, em Bombaim. E cheguei a uma casa muito grande e estava batendo na porta mas não teve resposta. Toquei a campainha, não houve resposta, e um dos rapazes que estavam me acompanhando me disse:
- Padre, não vá nessa casa, que ai mora um alcoólatra.
- Eu sei disso, mas eu ouvi dizer que ele tinha mudado e estava frequentando os Alcoólatras Anônimos.
- Padre, ele voltou a beber, teve uma recaída.
Nesse momento uma senhora da casa vizinha olhou pela janela que me disse:
- Padre, não vá a essa casa. Aquele homem vive como um porco em sua casa, que a sua casa está parecendo um chiqueiro.
- Eu não vim para abençoar casas, mas para abençoar lares. – eu disse.
E eu continuei a tocar a campanha. Então, de repente, a porta se abriu, e aquele homem olhou para mim. Eu o reconheci, e ele se desculpou porque tinha se esquecido que era dia de abençoar as casas. E eu sabia da sua história de vida. Ele pertencia a uma das famílias mais católicas de Bombaim, era como se fosse um sacerdote para a família. Mas, infelizmente, ele havia se tornado um alcoólatra e o seu matrimônio se dissolveu, ele se tornou pobre e quando eu entrei para abençoar, aquela casa parecia mesmo um chiqueiro.
Ele estava com os olhos inchados, estava com o cabelo despenteado, e sua casa estava com coisas jogadas por aqui e por ali.
Eu não vi nenhum móvel na casa, porque ele tinha vendido todos os móveis para comprar comida de vida. Eu vi que ele não tinha nem mesmo roupas, a única que ele tinha era aquele short. Ele me disse depois que ele tinha vendido todas as suas roupas para comprar bebida.
Depois de abençoar toda aquela casa, eu fui tomado pela compaixão Jesus, percebendo a dor e a humilhação que tinha sido trazido para essa família.
- Eu espero que você possa mudar! – clamei.
Mas ele falou para mim, ele chorou:
- Padre! Eu quero mudar! Mas me diga como!
Eu não sabia então as respostas como eu sei hoje, mas eu percebi que havia uma estátua linda do Sagrado Coração de Jesus na entrada daquela sala, e eu o levei para frente dessa estátua e disse para ele:
- Eu quero que você prometa a Jesus que, a partir deste momento, você não vai mais tocar em nenhuma gota de álcool.
Porque é que eu disse aquilo, eu não sei. Então eu o levei para uma oração de arrependimento, para uma oração de perdão, para uma oração de renúncia, que  o levei para orar aceitando Jesus como mestre e Senhor, para orar e aceitar o Espírito Santo para que preencha toda a sua vida. E então eu deixei para aquela casa. Se você me perguntasse então:
- Padre, você acha que a sua oração ajudou esse homem?
- Francamente, não. – eu teria dito.
Mas até então eu não tinha toda a fé. Eu só tive fé quando eu estava rezando por ele e depois me esqueci do caso.
Um ano mais tarde o padre da paróquia foi convidado para uma festa na casa  de um dos paroquianos. e todos nós fomos, era uma grande casa. e em todos os cômodos havia convidados. E, num certo momento, o dono da festa, o anfitrião, levantou-se e falou:
- Vocês devem estar se imaginando por que é que foram convidados para esta festa. E devem estar imaginando porque é que aqui só tem refrigerante. Foi que, hoje, exatamente há um ano atrás, um padre entrou nesta casa...
E quando ele começou a contar essa história, os meus cabelos começaram a se arrepiar, porque eu percebi que fazia exatamente um ano que eu tinha ido para aquela casa.
 (aplausos)
E era verdade que a partir daquele momento de oração, há um ano atrás, ele não tocou tem nenhuma gota de álcool mais. O Senhor o libertou completamente do seu alcoolismo e, mais do que isso, seu corpo, que estava cheio de doenças, que os médicos já tinham dado somente dois meses de vida para ele, quando o Senhor tirou dele esse alcoolismo, o Senhor também o curou de todas as doenças físicas.
Então o Senhor fez com que ele percebesse que ele poderia ajudar a todos os alcoólatras de Bombaim. Então ele começou a se juntar aos grupos de Alcoólatras Anônimos e deu aquele poderoso testemunho. E terminava o seu testemunho com duas frases:
- Eu agradeço a Deus, meu pai, pelo encontro de amor que aconteceu aqui. Eu era sempre visto na sarjeta, caído, no submundo de Bombaim. E se eu não tivesse chegado a esse ponto, eu não teria experimentado o quanto Deus me ama.
E em segundo, ele diria:
- Há somente uma pessoa a quem agradeço, e esta pessoa é o nosso Senhor, Jesus Cristo, por me dar esta última chance, por esta última chance de voltar à casa de meu Pai.
Louvado seja!

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