083 Levantando os Mortos para a Vida

Levantando os mortos para a vida 


Padre Rufus
Foto: Carlos Eduardo/CN
Por uma linda coincidência, oEvangelho de hoje, o último de 4 dias de encontro, é um dos meus versículos favoritos. Quando as pessoas vinham até Jesus, elas estavam sendo trazidas por seus familiares, vinham por si mesmas, ou o Senhor as via no meio da multidão.

Mas em alguns momentos, o Senhor não curou por algumas dessas ações acima. Jesus curava fazendo perguntas direta ou indiretamente; e a primeira pergunta que Ele fez para este homem do Evangelho foi: "O que você quer que eu faça?". É a mesma coisa que eu faço porque aprendi esta pedagogia de Jesus. Em vez de rezar pelas pessoas de imediato eu lhes pergunto: "O que você quer que eu faça?", porque há uma intenção por trás da pergunta.

Nessa passagem bíblica, Jesus estava caminhando de Jericó a Jerusalém; havia uma multidão, um homem cego, e muito barulho. O cego perguntou o que estava acontecendo e lhe disseram “é Jesus de Nazaré”. Ele conhecia Jesus, mas não tinha coragem de se aproximar d'Ele porque as pessoas chegavam antes. Então esse homem pensou que aquela poderia ser a única oportunidade de se aproximar do Mestre.

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Ele ficou sabendo que Jesus ia passar perto e começou a gritar “Jesus, Filho de Davi, tem piedade de mim”. As pessoas queriam calá-lo, mas ele gritava mais alto. Cristo ouviu os gritos e perguntou o que estava acontecendo e disseram a Ele que havia um cego gritando. O Senhor sabia que ali havia alguém que realmente necessitava d'Ele; Ele ouviu esse homem e disse às pessoas: “Tragam-no aqui!”. Raramente Jesus fazia este tipo de coisa, este é um caso raro em que Cristo pede que tragam alguém até Ele.

Jesus impôs a Sua mão para curá-lo, mas antes perguntou algo simples: "O que você realmente quer?". Não seria uma pergunta tola a ser feita, já que todo o mundo sabia que ele era cego? Essa pergunta colocou esse homem a pensar que ele não precisava apenas de uma cura física, ele percebeu que haveria uma questão mais importante para pedir ao Senhor. Ele pensou na sua visão espiritual e emocional: “Senhor, que eu veja”. E então Jesus diz: “Seja feito como queres”.

Mas a coisa real acontece agora. O que este homem fez? Ele voltou para casa por que podia ver? Não, ele estava vendo Jesus, e reconheceu o Senhor como o Messias que vem trazer a Boa Nova, Aquele que Deus havia mandado para libertar as pessoas. Ele esqueceu as multidões, esqueceu a sua casa, esqueceu a si mesmo, porque agora só tinha olhos para Cristo.
"Jesus veio para curar o interior do homem"
Isso nos mostra que Jesus não veio apenas para curas físicas e terrenas, Ele veio para curar o interior do homem, veio para que as pessoas O reconhecessem como a solução de todos os problemas. Esse cego soube disso depois que foi curado da sua cegueira.

Nosso Senhor Jesus Cristo, no Evangelho de João, diz três coisas que são o resumo de todo o Evangelho. Primeiro, Cristo diz que é a Verdade, que constitui o início da nossa jornada. Segundo, Jesus diz que é o Caminho, que é a jornada em si mesma, e por último o Senhor diz que é a Vida, o final da jornada.

Jesus nos lembra que somente Ele é a Verdade, só Ele pode nos trazer a mensagem que é a resposta para nossos problemas. Pessoas leem os filósofos, recorrem a outras religiões, e Ele mesmo diz: “Eu sou a Verdade, eu tenho a Vida Eterna.”

Cristo também diz “Eu Sou o Caminho”. Existem duas formas de ir a um caminho certo; um é pedindo informações para outras pessoas, mas Jesus não faz isso, Ele não nos dá informação, Ele diz: “Siga-me”; por isso não existe outro caminho. “Eu Sou o Caminho”, ou seja, Eu Sou o final da jornada, somente Eu dou vida, vida em plenitude.

Então, em uma frase, Jesus Cristo nos ensinou a essência da verdade e da nossa vida: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”.

Por isso os primeiros seguidores de Jesus não eram chamados de cristãos, eram chamados de “os seguidores do Caminho”.



Quero continuar terminando este tópico para lembrar você as três fontes para nossos problemas: nós mesmos, as pessoas ao nosso redor e as forças do mal. Por isso precisamos nos arrepender dos nossos pecados, não podemos receber Jesus se há outros espíritos em nós. Numa libertação precisamos saber de onde vieram essas influências malignas, cuidar das causas desses problemas e, finalmente, identificar as formas como esses problemas chegaram até nós.

Neste mundo, de um lado temos notícias muito más, e a própria Palavra de Deus diz que “o mundo jaz sob a influência do maligno”. E de outro lado temos a Palavra de Jesus que nos diz “Não tenhais medo, Eu [Cristo] venci o maligno!”

Quando eu dou retiro aos padres eu digo por que Jesus veio a este mundo e se encarnou no nosso meio: Jesus se tornou homem com um propósito: destruir o poder do mal. 

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Padre Rufus Pereira 


Sacerdote da Arquidiocese de Bombaim (Índia). Vice-presidente da Associação Internacional de Exorcistas.

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15/11/2010 - 23h55