079 A Cura Emocional da Gestação à Juventude

A cura emocional da gestação à juventude 


Padre Rufus
Foto: Wesley Almeida/CN
Muitas pessoas precisam de cura interior por causa dos sentimentos de inferioridade, essa é a segunda doença que todos nós temos, e tudo isso, por causa da comparação que é feita conosco por nossos pais.

Quando ouvimos as pessoas falarem: “você não é tão belo quanto seu irmão”, podemos adquirir um grande sentimento de inferioridade, mas a Bíblia tem resposta para isso. Também podemos ser feridos com sentimentos de inferioridade quando nos comparamos com outras pessoas. Lembre-se do que Deus diz no primeiro capítulo do livro de Gêneses, por causa disso não deveríamos ter nenhum complexo de inferioridade, pois Ele nos fez sua imagem e semelhança. “Então Deus disse: Façamos o homem à nossa imagem e semelhança” (Gen 01, 26). Como podemos ter sentimentos de inferioridade? Isso está na Bíblia no primeiro livro.

Podemos nos sentir feridos por sentimentos de culpa. Quando olho para minha vida passada e vejo quantos erros cometi, sinto que Deus vai me punir, e o peso da culpa pode ser terrível. Isso afeta principalmente padres, seminaristas, irmãs, religiosas, pois sentem que não conseguiram atingir o padrão de Deus. Mesmo que satanás nos acuse dia e noite, temos a promessa que em Jesus não há condenação. Ele veio nos salvar e isso é cristianismo.

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“pois a todos perdoarei as faltas, sem guardar nenhuma lembrança de seus pecados” (Jeremias 31, 34). Quando Deus perdoa, Ele esquece nossos pecados.

Temos também o problema emocional do medo. Às vezes colocamos medo nas pessoas, filhos com medo dos pais. E o que a Bíblia diz é muito importante, que quando Deus se revela ao seu povo as primeiras palavras são: “não tenham medo”. Foi a mensagem que Deus deu ao anjo para falar com Maria: “Não tenhais medo”. Foi o que Jesus disse ao discípulos. Não tem como ter fé e medo, se a pessoa tem medo, ela não tem fé. Deus não nos quer vivendo com medo.

Como se livrar do medo? Vou contar uma história para ajudar. Eu estava dando um retiro para uma comunidade de irmãs e todas vinham até mim para receber aconselhamento, e todas tinham um problema comum: medo da madre superiora. Qual era o problema da madre superiora que veio até mim? Ela tinha medo de todas as irmãs.

Imagine essa comunidade, as irmãs com medo uma das outras, satanás está feliz, estamos fazendo trabalho para ele. Deus não quer que vivamos com medo.

Como encontrar as raízes profundas desses males? Elas podem estar nos quatro estágios de nossa vida. É bom que as mães que estão grávidas rezem pelo filho no ventre. O medo pode acontecer quando a mãe teve desejo de abortar o filho.

Quando dei retiro para os padres no Japão, visitei as irmãs de Madre Teresa e a madre superiora disse que uma mulher chegou na casa querendo abortar o filho, e elas disseram para ela não fazer isso que adotariam o bebê. Ela era um problema para todos, para as irmãs e para as outras que estavam na casa, rezei por ela e pelo bebê e depois fui almoçar. Voltei para o local e a mulher ainda estava lá. Eu disse que já tinha rezado por ela, mas ela disse que desde o momento em que eu rezei por ela e pelo bebê, ele estava o tempo todo chutando a barriga dela. Então o que fazer? Eu disse para a mãe: “você sabe porque ele está te chutando?” “Porque você quis matá-lo, ele está com raiva de você, peça perdão para seu filho”. Ela fez uma linda oração dizendo: “perdoa-me, eu te amo”. E em seguida ela disse: “o bebê está dormindo agora”. Com frequência os milagres não são físicos, mas profundas curas emocionais.

"Deus não quer que vivamos com medo", ensina padre Rufus
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Terceiro estágio que precisa de cura é quando somos crianças. Quando somos crianças pequenas somos abertos a todo tipo de experiências, boas e más. Por isso é importante que os pais cuidem das crianças na infância. Quando dou retiro para os casais, uma das coisas que digo aos pais é que é muito importante que cuidem dos filhos da mesma maneiro que José e Maria cuidaram de Jesus; Deus os deu esse encargo.

Aprendi com minha mãe e digo a eles: obtenham a confiança dos filhos de modo que digam tudo para vocês. Se disserem alguma coisa e vocês ficarem bravos, eles poderão não dizer mais, e isso pode ser perigoso. Falem com cuidado a eles. Essa é melhor cura interior que vocês podem dar a eles.

A segunda coisa que minha mãe fazia, é que ela estava presente em todas as situações. Não deixava a gente ser cuidado pelos tios, avós, parentes, ela não nos confiava a ninguém. Vemos hoje tantas coisas ruins acontecendo com criança. Assim percebo o quanto minha mãe foi sábia. Não confiem seus filhos a ninguém, sempre mantenha os olhos neles.

Terceiro ensinamento que digo aos pais: tenham cuidado com que seu filho come. Minha mãe não nos deixava comer nada, nem que fossem dado por parentes, só se ela tivesse perto. Vejo o quanto isso é importante, pois quantos casos vejo em que as pessoas estão com problemas porque comeram algo dado por parentes. Não fique com medo, mas em alerta. E ela sempre nos dizia quando éramos criança, para nunca bebermos ou comermos nada sem abençoar. Vejo quanto essa orientação era sábia. Vocês devem dizer aos filhos para não comerem sem antes rezar.

A terceira época que precisa de cura interior é a adolescência, pois absorve coisas boas e más. Uma das grandes dores que uma criança pode passar é a perda do pai. Quando a criança perde o pai ainda pequena, pode ser um peso terrível, só uma oração de cura interior pode ajudar. Com frequência vejo esse fenômeno na Inglaterra, a criança vive somente com um dos pais. O prejuízo na criança é irreparável, todo menino precisa de mãe e toda menina precisa do pai. Precisamos do pai e da mãe, e qualquer coisa diferente disso é do demônio.

Um jovem casado disse-me que estava com proposta de emprego em outro país com grande salário, e perguntou o quê fazer. Eu disse: “vai para esse país com esse grande salário ou fique em Bombain com sua família”. E ele escolheu a família.

Pode ser que o pai seja violento ou alcoólatra. A maior dor que os filhos têm sofrido é de terem um pai violento e alcoólatra. O filhos vivem com medo, isso é o maior prejuízo. Infelizmente ou o pai é alcoólatra ou deixa a família por outra mulher. O sofrimento que essa criança tem é terrível.

"Precisamos de cura do momento que nascemos até na juventude", explica padre Rufus
Foto: Wesley Almeida/CN

Outro sofrimento também, é quando a criança é abusada sexualmente por alguém da família, tio, primo, ou por um padre e até mesmo pelo próprio pai, isso pode destruir a vida da pessoa para sempre. Pode levar o homem a ficar na masturbação, e a mulher a ter medo do homem e aversão ao sexo, mesmo que seja casada, o casamento é só para manter as aparências. As vítimas não vão dizer esse problema para ninguém, mas quando vem para fazer um retiro de cura interior, deixam o problema vir à tona. Precisamos de cura do momento que nascemos até na juventude. Nossa vida precisa de cura e libertação.

Estava ministrando um encontro na Índia, um casal pediu que eu rezasse pelo filho que deveria ter de 11 a 12 anos e fazia dois meses que ele estava na cama, e os médicos não conseguiam curá-lo. Ele sentia muito medo. Estava sempre com uma lanterna na mão que ficava todo tempo acesa. Eu disse para família levá-lo à igreja e no último dia o trouxeram e eu perguntei: “quando começou o problema? Quando ele ficou tao doente?” Eles disseram cerca de dois meses atrás. Perguntei o dia e a hora, mas eles não se lembravam. A irmã então disse: “foi num sábado à noite, eu me lembro que de repente ele foi para cama”. Fiz a segunda pergunta: “você se lembra de alguma coisa que possa ter acontecido?” Eles não lembravam, mas a outra irmã disse que havia morrido uma pessoa e todos foram ver, foi um caso de suicídio, e todos foram ver aquela pessoa pendurada na cozinha enforcada. Eu perguntei ao garoto: “você também foi?” Ele disse: “sim e fiquei com medo”. Após esse fato, ele ficou na cama por dois meses. Eu sabia quando havia acontecido o fato e sabia também a causa do medo que fazia o menino ficar na cama, então fiz uma oração curta: “Senhor Jesus, volta na vida desse jovem e liberta-o do medo que entrou em seu coração”. Rezei pela cura interior, “liberta-o do espírito do mal de suicídio que pode ter entrado nele naquele momento”. O menino ficou curado e não precisou de lanterna acesa e nem ficar na cama o dia todo.

O último período da vida que precisa de cura é a juventude, principalmente na área da sexualidade e as frustrações por não conseguir o emprego que queria, ou por ter casado com alguém que não deveria ter casado. O Senhor pode trazer a cura na nossa juventude e no estado de vida presente.

Eu estava conduzindo um retiro na minha paróquia em Bombaim, quando entrei sacristia um jovem veio falar comigo, falou de sua família, uma das mais importante na igreja de católica de Bombaim. Seu tio era padre, seu pai era responsável pela SSVP, seu irmão era presidente do conselho paroquial, e ele era a ovelha negra da família, dizia. Ele me disse que estava voltando para a cidade depois de uma dose de heroína, e o táxi parou em frente a paróquia, o motor parou e quando ele estava pagando ouviu as palavras do pregador: “não existe problema algum que Deus não possa resolver na vida da pessoa se ela entregar o problema para Deus”. Ouvindo essas palavras entrou na igreja depois de muitos anos.

Eu perguntei a ele qual era o problema e ele disse que era viciado em drogas por 10 anos, que havia visto três amigos morrerem em seu colo por causa de drogas. Ele disse: “padre tem esperança para mim?” Eu disse para ele: “meu filho, se você fosse a única pessoa com esse problema, Jesus teria morrido na cruz só por você”. Essas palavras tocaram tanto a sua vida que ele quis se confessar.

Os pais o colocaram numa clínica, e ele se ajoelhou na clínica e disse para mim: “estou curado”. Eu disse: “o Senhor vai curar você em seu tempo”, pois não acreditava que ele já estava liberto. Ele disse para sua mãe: “eu sei que eu estou curado”. Deus me mostrou que eu estava errado, depois que fui para o grupo de oração eu o vi no grupo levantando as mãos e louvando ao Senhor. Então eu disse: “Senhor, eu não sei o que o Senhor fez, mas foi um bom trabalho”. Depois do grupo, o jovem me disse: “obrigado padre”. E continuou: “os outros viciados estão me procurando e dizendo que se eu que era o maior viciado consegui sair das drogas, para eles também tem esperança”. E o jovem me perguntou: “Como poderemos ajudá-los?” Foi aí que começamos a primeira casa de reabilitação de viciados na Índia. Há três anos celebramos o jubileu, e eu olho para trás e vejo que grande milagre numa simples oração de cura interior.


Transcrição e adaptação: Willieny Isaias


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Padre Rufus Pereira 


Sacerdote da Arquidiocese de Bombaim (Índia). Vice-presidente da Associação Internacional de Exorcistas.

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14/11/2010 - 11h1